Violência

PM apresenta medidas velhas para frear onda de assaltos

Além disso, polícia joga para população responsabilidade por proteção

Seg, 08/10/12 - 23h03
Além disso, polícia joga para população responsabilidade por proteção | Foto: LEO FONTES

Um dia após a morte da atriz Cecília Bizzotto Pinto, 33, assassinada por um assaltante com um tiro no peito, dentro de casa, no bairro Santa Lúcia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, a Polícia Militar anunciou ações para tentar frear o crescimento do número de assaltos a residências (veja abaixo). O problema, segundo especialistas em segurança pública, é que não há nenhuma medida nova e nem previsão de aumento do efetivo. Além disso, a PM estaria jogando para a população a responsabilidade de se proteger.

Uma das ações é o reforço nas blitze. Para o especialista em segurança pública Luiz Flávio Sapori, a PM precisa dar uma resposta mais rápida aos crimes. "A polícia precisa estar mais presente nas ruas. O que temos visto é que ela se dedica a atividades diversas, mas não tem conseguido fazer o básico".

Outras medidas são o estímulo ao programa Rede de Vizinhos Protegidos e um treinamento da população para lidar com estranhos na vizinhança e para saber a melhor maneira de instalar equipamentos particulares de segurança. "Essas são formas de dividir a responsabilidade com a população, que não são bem aceitas", diz o sociólogo do Centro Universitário Newton Paiva Carlos Augusto Magalhães.

Estatísticas. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) negou que haja uma onda de assaltos e disse que houve redução de 22% nos casos, na comparação dos nove primeiros meses de 2012 com o mesmo período do ano passado - foram 215 registros contra 276.

Mas os casos estão cada vez mais comuns. Segundo uma fonte da polícia, a região Centro-Sul registra uma média de dois assaltos por dia - a PM nega. No dia em que Cecília foi morta, uma família no Belvedere foi feita refém em um assalto. Na última sexta, um empresário de Santa Luzia, na região metropolitana, foi morto também durante um assalto. Em uma semana, ao menos duas casas no São Bento foram alvo de criminosos.

"Somos reféns de bandidos há tempos. Só no meu prédio, mais de 30 pessoas foram assaltadas. Não há nenhum tipo de policiamento no bairro. Saímos e retornamos para casa sempre com medo", disse Lívia Abreu, moradora do Santa Lúcia.

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