Um morto e um baleado

PM troca tiros com bando que iria escoltar preso em Neves

Suspeitos estavam com quatro armas automáticas e alegaram que iriam buscar comparsas que sairiam da Penitenciária José Maria Alckimin

Qua, 28/06/17 - 07h45

Quatro homens que estavam fortemente armados supostamente para buscar presos que sairiam da Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, trocaram tiros com a polícia  no início da manhã desta quarta-feira (28) e um deles acabou morto. Um segundo homem foi baleado e outros dois acabaram presos.

O dia ainda não tinha clareado quando os homens chegaram em três veículos, Jetta, Mitsubishi Pajero e uma Pajero TR4 na porta do Presídio José Maria Alkimim, no centro da cidade. “Recebemos informações dando conta que presidiários sairiam e comparsas fortemente armados estariam na porta do presídio. Desencadeamos uma operação no local para abordar e identificar essas pessoas. As guarnições fizeram um cerco na praça, foram recebidas a tiros e vários carros chegaram a evadir”, explicou o responsável pelo 40º Batalhão, tenente-coronel Evandro Borges.

Os ocupantes dos três veículos avistados primeiramente percorreram cerca de um quilômetro. Já na rua Expedicionário, ainda no centro, a TR4 bateu em uma das viaturas, momento em que houve intensa troca de tiros. Dois militares ficaram feridos sem gravidade, sendo que um deles foi atingindo de raspão no rosto.

Do lado dos criminosos, um suspeito, de 33 anos, foi atingido na cabeça e morreu na hora; outro foi, baleado na mão e na perna, conseguiu correr e foi localizado na porta de um bar. Ele está internado e não corre risco de morte. 

A polícia não divulgou o nome do traficante que seria escoltado e se ele chegou a sair da penitenciária depois da ação.

Escolta comum

Ainda segundo o tenente-coronel, escolta de bandidos que têm o benefício de saída da prisão são comuns.

“Vez ou outra a gente se depara com pessoas vindo buscar os presos e, não rara vezes, estão portando armas até mesmo pelo acirramento de pessoas relacionadas ao crime. Eles tomam essa precaução de virem armados”, afirmou o policial.

Outro ponto que chama a atenção da polícia é a escolha dos veículos usados durante essas ações. Segundo o militar, geralmente, esses comparsas optam por carros de grande potência e versáteis, que proporcionam uma fuga rápida. Ainda conforme Borges, não é possível saber ser os outros carros que saíram em alta velocidade da porta do presídio também faziam a escolta desse traficante.

FOTO: ALEX DE JESUS / O TEMPO
Quatro pistolas automáticas foram apreendidas com os suspeitos

"Apreendemos com eles quatro pistolas automáticas, sendo duas calibre .40, uma .45 e outra 9 mm. Eles alegaram que estavam vindo buscar os comparsas que estavam no semi-aberto", completa o tenente-coronel Borges. 

Ainda de acordo com o militar, sempre são feitas operações na porta da unidade prisional, que constantemente é palco de atentados contra detentos no momento da saída para o regime semi-aberto. A corporação não divulgou a identidade ou idade dos envolvidos até o momento.

Moradores relatam momentos de terror

Moradores da rua Expedicionário, onde aconteceu o tiroteio, viveram momentos de terror. Uma das casas teve o portão e o vidro de uma das janelas quebrados.

"Acordei com aquele clarão por volta das 5h30, mas não imaginei que fosse tiros. Meu pai que chegou no quarto falando que o portão tinha sido atingindo. Corremos todos para dentro do banheiro", contou a jovem, que pediu para não ter o nome divulgado.

FOTO: ALEX DE JESUS / O TEMPO
Marcas de tiros ficaram nas casas próximas ao local

Na casa estavam quatro adultos e três crianças de 2, 6 e 8 anos. Na laje do imóvel ficou um pedaço de massa encefálica do baleado.

Atualizada às 9h36

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