Em Uberlândia

Polícia Civil ouve depoimento de promotor baleado

Vítima teve alta na quarta-feira (25); inquérito deve ser entregue à Justiça na próxima semana; dois dos suspeitos estão presos; ato em defesa do MP é realizado nesta sexta (27), em Uberlândia

Sex, 27/02/15 - 16h39

O promotor Marcus Vinícius Ribeiro Cunha, vítima de um atentado em no último sábado (21), em Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, foi ouvido nesta sexta-feira (27) pela Polícia Civil. O depoimento foi tomado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde o promotor se recupera.

Sem revelar detalhes, o delegado Wilton José Fernandes disse apenas que as informações prestadas por Marcus Vinícius não alteram o rumo das investigações, mas são fundamentais para conclusão do inquérito, que deve ser enviado à Justiça na próxima semana.

Já estão presos o ex-presidente da Câmara Municipal de Monte Carmelo, Valdelei José de Oliveira, apontado como mandante do crime,  e o filho dele, Juliano Aparecido de Oliveira, que confessou ter atirado no promotor. Segundo a Polícia Militar, o promotor já havia recebido ameaças por conta de seu trabalho contra a criminalidade. O vereador já havia sido denunciado por Marcus Vinícius em 2013.

Mobilização

Um ato público em defesa do Ministério Público e contra o atentado sofrido pelo promotor Marcus Vinícius Ribeiro Cunha será realizado na tarde desta sexta (27), em Uberlândia. A mobilização acontece na sede da Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB) 13ª Subseção, no bairro Copacabana.

O ato contará com a presença do procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Carlos André Mariani Bittencourt, e de outros membros do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), além do procurador-geral da República, Rodrigo Janot Monteiro Barros, e de integrantes da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União, do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), das Polícias Federal e Civil de Minas Gerais.

As investigações sobre a tentativa de homicídio são conduzidas, de forma integrada, pelo MPMG e pelas Polícias Civil e Militar com o objetivo de dar uma resposta imediata a esse atentado.

Desde o sábado (21), várias instituições e entidades de todo o país têm se manifestado em apoio ao MPMG. Em coletiva de imprensa realizada na terça-feira (24), o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Carlos André Mariani Bittencourt, disse que o atentado atinge todas as instituições de segurança do estado e que vai reforçar ainda mais as estruturas de combate ao crime organizado e à improbidade administrativa. “Em nenhum momento haverá paralisação, sequer arrefecimento de qualquer atividade do Ministério Público de Minas Gerais. Pelo contrário, esse tipo de episódio só revigora em nós a convicção de que é nossa obrigação continuar no caminho de repressão aos desvios administrativos, à corrupção, à criminalidade organizada”, afirmou.

Carlos André também reforçou sua solidariedade à família de Marcus Vinícius e ao integrante do MPMG. “Ele é um promotor de Justiça valoroso, corajoso, que se desincumbe com competência de suas atividades e assim continuará fazendo. Já está em plena recuperação e vai retornar a suas atividades em breve”.

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