Em flagrante

Polícia Civil prende traficante foragido na região Nordeste de BH

Durante a prisão o suspeito teria caçoado dos agentes por diversas vezes e, mesmo algemado, tentou fugir

Por Michelyne Kubitschek
Publicado em 27 de novembro de 2018 | 13:09
 
 
Polícia Civil prende traficante foragido na região Nordeste de BH Foto: Divulgação / Polícia Civil

Foragido da justiça desde 2016, Antônio de Pádua Dias Júnior, traficante condenado e conhecido das polícias civis de Minas e São Paulo pela personalidade debochada e periculosidade, vai comemorar, amanhã, o aniversário de 35 anos atrás das grades. 

Em coletiva realizada nesta terça-feira (27), a Polícia Civil deu detalhes da prisão de Júnior e do comparsa, Maicon Douglas Silva, de 21 anos, presos em flagrante no último dia 22 enquanto abasteciam pontos de venda de drogas nos bairros Nazaré, São Gabriel e Dom Silvério, na região Nordeste da capital.

"Já estávamos monitorando os passos do Antônio há cerca de dois meses. Tínhamos a informação de que ele estava foragido de um presídio de Sorocaba, em São Paulo, onde cumpria pena de 16 anos por tráfico", contou o delegado Marcelo Cali, da Delegacia Regional Leste de Polícia Civil. Júnior teria recebido o benefício da saída temporária e não retornado ao presídio.

Segundo Cali, no dia da prisão, o suspeito estava em um carro fiat Uno em companhia de Silva. Eles foram seguidos pelos agentes até o bairro Céu Azul, na região de Venda Nova.

Ao serem abordados, o suspeito apresentou um documento falso aos policiais. "Embora a foto da carteira de habilitação fosse dele, o nome não era. Esse é um meio que ele já usa há muto tempo para tentar enganar policiais durante as abordagens", contou o delegado.

Já Silva, que não tem passagens pela polícia, afirmou que havia sido contratado pelo foragido. "O Maicon afirmou que havia sido contratado para dirigir tanto o Fiat Uno em que eles estavam como um segundo veículo, um Corolla, também do Antônio. Pelo serviço, seria paga a quantia de R$300. Em nenhum momento ele alegou desconhecer que as viagens seriam para transportar drogas", explicou Cali.

No interior do veículo, os policiais encontraram três barras de crack, que somam, aproximadamente três quilos.

"Vão ter um prejuízo. Com essa quantidade de droga, ele poderia produzir, pelo menos, três mil pedras no varejo. Se pensarmos que pedra seria comercializada a R$10 reais, valor que eles costumam vender, concluímos que a apreensão da droga gera um prejuízo e essa é a resposta da polícia ao tráfico. As barras estavam no assoalho do carro, no banco traseiro do lado do passageiro", contou.

O suspeito, ainda segundo a PC, tinha condenação de aproximadamente seis anos por tráfico de drogas em Minas Gerais e também era considerado foragido no Estado. Morador de Nova Lima, o criminoso, segundo o delegado, se mudava com frequência.

"Enquanto o monitorávamos, ele já havia se deslocado para Itabirito, alguns locais dentro de Nova Lima, Belo Horizonte e Nova Lima novamente", contou. A dupla não estava armada e não foram encontradas drogas na casa do suspeito. 

Carro no Lava Jato e mais envolvidos

Próximo à residência do suspeito, os policiais localizaram um segundo veículo, um Corolla, usado pelo suspeito para o transporte de drogas. O carro, segundo o delegado, estava em um lava jato.

"Encontramos o carro em um lava jato perto da casa do Antônio. O local não tem envolvimento com o crime e era usado para guardar o veículo. Ele usava o estabelecimento como estacionamento", explicou.

Além dos dois suspeitos, a Polícia Civil acredita que outras pessoas, como a mulher de Antônio de Pádua Dias Júnior, que não foi localizada, estejam envolvidos e formem uma quadrilha. As investigações a outros possíveis envolvidos continuam.

Perigoso e debochado

Durante a prisão, Antônio de Pádua Dias Júnior teria caçoado dos agentes por diversas vezes. O homem, mesmo algemado, ainda tentou fugir, segundo o delegado que conduz as investigações.

"Esse é um bandido frio, extremamente perigoso, que zomba da justiça. Ele chegou a tentar fugir, mesmo algemado. Disse que se fosse preso fugiria novamente e ainda afirmou, com extrema frieza, que a sorte dos policiais é que ele não estava armado, pois já era acostumado a trocar tiros com polícia e que faria sem pensar, pois era 'bicho solto' e perigoso", lembrou o delegado.

Conforme a Polícia Civil, os suspeitos estão presos preventivamente.