Investigação

Polícia confirma segunda morte suspeita por síndrome nefroneural em Minas

O paciente estava internado no Hospital Mater Dei; ainda não há confirmação a respeito da identidade da segunda vítima da doença

Qua, 15/01/20 - 09h57

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou, na manhã desta quarta-feira (15), a morte de mais um paciente internado com sintomas semelhantes aos da síndrome nefroneural. Trata-se de Antônio Márcio Quintão de Freitas, de 77 anos, morador de Belo Horizonte. Ele estava hospitalizado no CTI do Mater Dei, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

O corpo dele, que estava hospitalizado no CTI do Mater Dei, em Belo Horizonte, será encaminhado nas próximas horas ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames e procedimentos de perícia. Apenas após esta necropsia é que se poderá confirmar se ele sofreu intoxicação ou não. 

Questionada a respeito da identidade dessa vítima, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) alegou que ainda não foi notificada e informações referentes a isso serão publicadas nas próximas horas.

O último boletim divulgado pelo órgão, na tarde dessa terça-feira (14), descrevia 17 pacientes internados com a doença em todo o estado – entre eles o que morreu nesta manhã. Exames sanguíneos de quatro pacientes já confirmaram intoxicação por dietilenoglicol, os dos demais ainda não estão prontos.

Morte suspeita

Além das duas mortes, há um terceiro possível óbito ligado à doença. Ainda nessa terça-feira, a prefeitura de Pompéu, na região Central de Minas Gerais, emitiu uma nota a respeito da suspeita de que uma moradora do município, de 60 anos, teria morrido no último 28 de dezembro com sintomas da síndrome. De acordo com a Polícia Civil, este caso ainda não chegou para ser investigado por eles. 

Uma força-tarefa composta por órgãos de justiça e saúde investiga se a doença nefroneural que surgiu no mês passado e afetou, pelo menos, 17 pessoas, está realmente associada a o consumo da cerveja Belorizontina.

A bebida, produzida pela cervejaria Backer, teria chegado aos consumidores já contaminada com duas substâncias tóxicas, o dietilenoglicol e o monoetilenoglicol – originalmente usadas em cervejarias pelo mundo para resfriamento da bebida.

Após a ingestão, os clientes da marca teriam apresentado quadro de insuficiência renal grave e alterações neurológicas – entre elas cegueira parcial ou, até mesmo, completa. 

Relembre: primeira morte confirmada

O bancário aposentado Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, permaneceu internado ao longo de 13 dias com sintomas da síndrome nefroneural e, na terça-feira passada (7), não resistiu a uma parada cardíaca associada a complicações neurológicas e morreu. Esta é a primeira morte confirmada de um paciente internado com a doença. Os exames do bancário confirmaram o início de suas complicações médicas por intoxicação. 

O homem, que era morador de Ubá, na Zona da Mata, viajou para Belo Horizonte no fim do ano com o intuito de passar o Natal com a família. Hospedado na casa da filha, no bairro Buritis, na região Oeste da capital, ele ingeriu cerveja Belorizontina com o genro e, logo em seguida, apresentou os primeiros sintomas de que algo não estaria bem e, ao voltar para casa, precisou ser internado na Santa Casa de Juiz de Fora – em 26 de dezembro.

O genro dele, um homem de 37 anos, também passou mal após beber a cerveja produzida pela Backer e, desde então, permanece internado em um hospital particular de Belo Horizonte. 

Constatada a morte do bancário, o corpo dele precisou ser trazido para a capital mineira onde, no decorrer de seis horas e meia, passou por exames e por um procedimento de necropsia no Instituto Médico Legal (IML). Em 8 de janeiro, a Polícia Civil declarou que o laudo com as causas da morte e outras informações detalhadas ficaria pronto em até, no máximo, 30 dias. 

Esta matéria está em atualização. 

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