ALTO PARANAÍBA

Polícia indicia 14 pessoas por fraude em licitações em Monte Carmelo

Um dos indiciados é o ex-vereador que mandou matar um promotor de Justiça na cidade no início do ano

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 02 de julho de 2015 | 13:05
 
 

A Polícia Civil irá indiciar 14 pessoas por fraude em licitações em Monte Carmelo, no Alto Paranaíba. Entre eles está um ex-vereador envolvido no atentado contra um promotor de Justiça da cidade, em janeiro deste ano.

O ex-vereador Valdelei José de Oliveira já está preso sob a suspeita de ter mandado o filho, Juliano Aparecido de Oliveira, atirar contra o promotor de Justiça Marcus Vinícios Ribeiro Cunha,  no início do ano. O promotor foi ferido, mas escapou com vida. Juliano também está preso.

O atentado contra o promotor, de acordo com as investigações da época, teria sido uma vingança justamente por causa das apurações que o promotor fazia sobre o desvio de verbas públicas por autoridades municipais.

Valdelei foi cassado pelo envolvimento nas fraudes e por isso o filho teria tentado matar o promotor, à época atuante na Comarca de Monte Carmelo e atualmente pertencente ao Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GCOC). Na operação "Feliz Ano Novo", realizada em 2013, o Ministério Público já havia cumprido mandados de prisão e de busca e apreensão em vários locais, tentando localizar documentos e indícios das fraudes.

Fraudes

A partir daí, a delegada Karen de Paula Lopes, do Núcleo de Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais com Foro de Prerrogativa de Função,  prosseguiu com a investigação que desvendou o esquema envolvendo empresários da cidade, políticos e servidores públicos.

Segundo ela apurou, quatro processos licitatórios foram manipulados para que a Regional Construtora & Engenharia Ltda fosse a vencedora. A empresa, na verdade, pertencia ao então vereador Valdelei que se utilizava de “laranjas” para poder entrar nos processos licitatórios, com o auxilio do seu financiador de campanha, Mário Sérgio Silva Gotti.

A delegada conta que Mário Sérgio Silva Gotti Junior (filho de Mario Gotti) e Maurenísio (cabo eleitoral de Valdelei) eram oficialmente os donos da empresa, criada exclusivamente para participar das licitações.

Outros empresários da cidade inscreviam suas empresas no processo apenas para apresentar propostas e validar a disputa. O ex-secretário de Fazenda do município, Valdivino dos Reis da Cunha, um dos presos na operação “Feliz ano Novo”, revelou que foi orientado pelos superiores a garantir que a Regional Construtora & Engenharia Ltda ganhasse as quatro licitações, que somadas custaram R$463 mil a Monte Carmelo. Em troca disso, o ex-vereador garantia apoio da câmara aos projetos do prefeito votados na casa.

Atentado

Segundo a investigação da Polícia Civil, além das fraudes das licitações e do atentado ao promotor, a organização criminosa supostamente também teria cometido mais um crime na cidade ao ter alvejado a casa do vereador Wilson Dornelas, testemunha do caso. Ao definir pelos indiciamentos, a delegada também pediu a prisão dos envolvidos e o afastamento daqueles que ainda estão exercendo cargos públicos, como é o caso do prefeito Fausto Reis Nogueira e do vice-prefeito  João Batista Chaves Filho. A Justiça ainda não se manifestou sobre esses pedidos.

Além do Prefeito, do Vice, do ex-secretário da Fazenda, do ex-vereador e do empresário Mario Gotti, estão indiciados o ex-secretário de Governo e Gestão, Osmildo Moura; o procurador do Município, Edésio Henrique Santos; os servidores públicos Rodrigo Constantino de Aguiar e Marcos César Tozato: a contadora da Regional Construtora & Engenharia Ltda  e também servidora da Controladoria Financeira da Câmara Municipal, Iara Coelho; Marco Antônio Nunes de Souza e os empresários Helder Falcão Aragão,  Manoel Aparecido Duarte  e  Aldo de Sousa Filho.