Um desentendimento por causa da destituição de um cargo na Igreja Batista Shalon por causa de problemas com o uso de drogas, um comportamento mais arredio, afastado dos outros irmãos de igreja e uma relação conturbada com a ex-namorada. Todos esses fatores podem ter sido o estopim para que Rudson Aragão Guimarães, de 39 anos, matasse quatro pessoas em Paracatu, na região Noroeste de Minas.
A informação foi dada pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (22), durante uma coletiva de imprensa. O homem, que segue internado sob escolta policial , vai responder, a princípio , por quatro homicídios e uma tentativa de homicídio - do pastor que seria o alvo da ação no templo.
Durante conversa com a imprensa, a delegada Thays Regina Silva descartou que o atirador tenha cometido o crime por causa de um relacionamento amoroso da ex, Heloísa Vieira Andrade, de 50, com o pastor de 38 anos.
"As investigações tiveram início nesta quarta (22) imediatamente após a prática dos crimes, levando a efeito pelo Rudson. Inicialmente, ele teria matado a Heloísa, ex-namorada dele, com golpes de canivete, que atingiram a região do pescoço, a região cervical. Após a prática desse crime ele teria se armado com uma arma de fogo, um pistolão calibre 36, e se dirigido até a igreja, onde o alvo dele seria o pastor Evandro. Porém, o pastor conseguiu sair do local e ele acabou fazendo outras vítimas. Nós acreditamos que de forma aleatória, algumas delas, e que o pai do pastor foi a primeira vítima tenha sido até para atingi-lo mesmo de forma mais direta.
A motivação é o ponto crucial a ser esclarecido ao longo das investigações. Várias diligências ainda vão ser realizadas mas a gente segue na linha de que seria um desentendimento relacionado a destituição dele de um cargo da igreja, afastamento de algumas pessoas, porque ele adotou uma postura bastante ofensiva, com relação a esse pastor e algumas pessoas se afastaram, teriam ficado com um certo receio, um certo medo dele", explicou a delegada.
Relacionamento do casal
Ainda conforme a policial, com relação a uma possível intervenção do pastor quanto ao relacionamento do ex-casal, que era cheio de idas e vindas, a policia ainda investiga.
"A investigação está em uma fase inicial, então pode ser que surjam novos elementos comprobatórios que levem para outro caminho. Não existe nada de concreto com relação a essa afirmação (a de que o pastor teria um relacionamento com Heloísa). Não existem elementos nos autos que leve a essa conclusão. A princípio é uma pessoa séria, super comprometida com as obras na igreja. Todas as pessoas que ali estavam no templo estavam em oração", falou.
"Então a princípio não existe essa conclusão de que eles teriam um relacionamento. Surgiram alguns comentários relacionados a aconselhamentos do pastor para a mudança de postura dele, porque era uma pessoa com um comportamento um pouco difícil, um histórico de dependência química. Porém isso também não está comprovado ainda. Não há também notícias de interferência dele relacionada a término do relacionamento do casal, mas sim quanto a essa postura do Rudson, uma postura um pouco agressiva e temperamental. Parece que ele oscilava bastante na questão de comportamento", disse Thays.
---
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.
Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.