BH e RJ

Polícia prende 21 suspeitos de vender vagas em cursos de medicina

Operação é realizada por 180 agentes, eles estão espalhados por 17 cidades mineiras e fluminenses, incluindo as duas capitais.

Por ALINE DINIZ
Publicado em 03 de dezembro de 2013 | 10:11
 
 

A Polícia Civil desarticulou, na manhã desta terça-feira (3) uma quadrilha de venda de vagas em cursos de medicina em faculdades particulares de Minas Gerais e Rio de Janeiro. A Operação Hemostase já prendeu, além do funcionário público aposentado Quintino Ribeiro Neto, de 63 anos, e Maria Aparecida Calazani, de 37, considerados coordenadores do grupo, outras 19 pessoas. Com a quadrilha foram apreendidos cerca de R$ 500 mil em dinheiro, sendo U$ 25 mil, celulares, documentos, pontos eletrônicos, munições de uso restrito e um veículo de passeio.

Segundo informações da corporação, as investigações começaram há oito meses na Delegacia Regional de Caratinga. A polícia requisitou a expedição de 21 mandados de prisão e outros 32 de busca e apreensão. Participam da operação 180 agentes. Eles estão espalhados por 17 cidades mineiras e fluminenses, incluindo as duas capitais. Um helicóptero e 38 viaturas dão apoio à operação.

Segundo o superintendente de Investigações e Polícia Judiciária da PCMG, delegado Jeferson Botelho, os presos na operação poderão responder por crimes como Associação Criminosa, Fraude de Certames de Interesse Público, Estelionato, Falsificação de Documentos Públicos e de Documentos Particulares, Falsidade Ideológica, Falsa Identidade e Lavagem de Dinheiro.

“As prisões e apreensões fecham uma etapa importante da investigação, mas o trabalho não termina aqui. Pelo contrário, vamos aprofundar os levantamentos a fim de solidificar ainda mais a nossa convicção de que desvendamos um esquema criminoso altamente rentável e que permitia a entrada de profissionais despreparados no mercado da Medicina”, explicou Botelho.

As investigações apontaram que a organização criminosa auxiliava o candidato a ingressar ilicitamente no curso de Medicina, cobrando pelo “serviço” valores que variavam entre R$30.000,00 a R$140.000,00, dependendo da modalidade de fraude utilizada. O método podia ser aplicado por meio de telefone celular, ponto eletrônico, vaga direta, terceiros que faziam a prova no lugar do candidato ou pela falsificação de históricos escolares.

Prisões
Além dos líderes, foram detidos José Cláudio de Oliveira, de 41 anos, incumbido de angariar candidatos; Rômulo de Abreu Neto, de 56, fazendeiro e um dos contatos para a modalidade direta da fraude; Mirela de Souza Faria, de 33 anos, e Samyra Sarah Marques, de 26, ambas que após terem ingressado na faculdade de Medicina passaram a angariar clientes para a quadrilha.

Os policiais prenderam ainda Talytta Cristine da Silva, de 26 anos, e Spencer Almeida de Oliveira, de 22, candidatos que exerciam a função de intermediadores. O estudante de Medicina e fisioterapeuta Azenclever Eduardo Rogério, de 39 anos, e a médica Micheline Vieira Ribeiro também tiveram seus mandados de prisão cumpridos, assim como os integrantes Eduardo Carlos Pereira, Michela Vieira Ribeiro Pereira, Shirlene Teixeira Reis Vieira e Lorena Rocha Marques, de 22 anos.

Também foram presos no Rio de Janeiro o estudante de Medicina Marcelo Alves Vasconcelos, de 25 anos, Sergiane Rodrigues Calazani, de 32, Antônio Camillo de Souza Neto, de 39, Gláucia Adriana de Carvalho Peixoto, de 44, a dentista Evanelle Franciane de Souza, Nathalie Franco Savino, de 30, e Jorge Rodrigues de Oliveira, policial reformado do Rio, de 60 anos.

As instituições envolvidas como vítimas são a Unipac de Juiz de Fora, PUC e Faminas de Belo Horizonte, Unec de Caratinga, UI de Itaúna, Unig de Itaperuna e Nova Iguaçu (RJ), Unifeso de Teresópolis (RJ), FMP de Petrópolis (RJ), Univaço de Ipatinga e Funjob de Barbacena. Elas serão investigadas na modalidade da venda direta. 

Nome

A operação ganhou esse nome porque Hemostase se refere ao conjunto de procedimentos cirúrgicos para acabar com uma hemorragia.

Atualizada às 17h58.