É difícil crer que S.L.M., de 50 anos, apresentado pela Polícia Civil, em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (4), um dia amou a ex-companheira. Réu confesso, ele é suspeito de assassinar a tiros a mulher, de 37 anos, em Betim, na região metropolitana da capital. Seis tiros acertaram a mulher, e entraram na memória das duas filhas do casal, de 7 e 10 anos que, aos gritos, viram a morte da mãe.
O ódio do criminoso parece não ter fim. Irônico, ele disse ao delegado Otávio de Carvalho, da Delegacia de Homicídios de Betim, que mataria a mulher novamente, se preciso fosse. “Ele confessa o crime, mas diz que estava sob o efeito de remédios psiquiátricos”, afirmou o delegado. Em depoimento, o suspeito disse que matou a mulher por uma suposta traição e pela guarda das filhas.
O relacionamento do casal durou 14 anos. Neste tempo, além das duas filhas, juntos tiveram brigas, agressões e ameaças. Cansada, a mulher havia decidido se separar em outubro passado. “Ele é bastante agressivo. Já responde por ameaça e lesão corporal contra ela, e depois da separação ele passou a procurá-la”, disse Carvalho.
No dia 19 de janeiro, a vítima conseguiu, na Justiça medidas protetivas contra o ex-companheiro. Dois dias depois, segundo a Polícia Militar, ele invadiu a casa dela, no bairro Parque Betim Industrial, e depois de encontrá-la escondida no banheiro, a agrediu com socos e atirou na cabeça e nos braços dela na frente as filhas, que gritavam de susto.
Sem a mãe, e com a memória manchada do pai, as filhas agora são criadas pela avó materna e passam por acompanhamento psicológico.
Suspeito fugiu do flagrante
Após o crime, ocorrido em 21 de janeiro, o criminoso fugiu para a cidade Onça de Pitangui, no Centro-Oeste do Estado, para fugir do flagrante, segundo o delegado Otávio de Carvalho. “A prisão dele foi no Bairro das Indústrias, em BH, ele estava escondido em uma casa, onde nós o localizamos e efetuamos a prisão”, contou Carvalho.
O suspeito responderá por homicídio qualificado tipificado como feminicídio, com pena prevista de 12 a 30 anos de prisão. Ao ser apresentado à imprensa, ele ironizou a presença dos repórteres, chamando-os de moleques que queriam colocar a cara dele no jornal. Momentos depois, porém, se calou, após ser orientado a se manter em silêncio por um advogado.
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