Bateu e foi embora

Polícia vai averiguar se houve prevaricação e até corrupção de PMs

Empresário Célio Brasil Júnior, 23, que dirigia a BMW deixou seis feridos na praça da Liberdade no domingo (26), negou que tenha bebido

Ter, 28/04/15 - 15h06

A Polícia Civil informou que investigará se houve prevaricação ou até uma possível corrupção por parte dos policiais militares que teriam permitido a fuga do empresário Célio Brasil Júnior, de 23 anos, que deixou seis pessoas feridas após colidir sua BMW X6 na praça da Liberdade, no bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, na madrugada do último domingo (26). 

A informação foi dada pelo delegado Pedro Ribeiro de Oliveira Souza, que ouviu por quase duas horas o condutor do veículo nesta terça-feira (28). "Não estou afirmando nada, mas essas possibilidades serão apuradas  e com a conclusão farei o relatório do caso", afirmou o policial sobre a apuração relacionada a ação dos militares. 

Durante o depoimento, Júnior assumiu que estava conduzindo o veículo no momento do acidente, mas alegou que não consumiu bebidas alcoólicas. "Ele também disse que saiu do local sem ter qualquer contato com policiais militares. Ele responderá pelas lesões corporais e por deixar de prestar socorro, já que a embriaguez ainda não temos nenhuma prova. A Carteira de Habilitação dele foi apreendida", explicou o delegado Pedro Ribeiro. 

FOTO: ANÔNIMO/WEB REPÓRTER
Foto mostra militares conversando com o motorista do carro

O jovem também confessou ter "passado" em uma boate, apesar de insistir que não bebeu no local. "Sobre a fuga, ele afirma que ficou atordoado com a situação e, como não achou um celular, ficou confuso e saiu do local para procurar ajuda", lembrou o responsável pela investigação.

O suspeito foi o primeiro a ser ouvido, sendo que a corporação ainda ouvirá cerca de 15 pessoas, entre os policiais militares e testemunhas do acidente, para finalizar a investigação. O carro é de propriedade da família do motorista, estando no nome de sua mãe. 

"Ele é muito novo", disse advogado

Na saída do Departamento de Trânsito (Detran-MG), onde Júnior prestou depoimento, o advogado que o representa, Marcos Eugênio Dornas, conversou brevemente com a imprensa. Segundo o defensor, o jovem não bebe. "Ele é muito novo e, diante de um acontecimento desse, não se sabe como agir. Tanto que os próprios amigos ficaram no local para resolver o problema", alegou o advogado. 

Questionado sobre as várias testemunhas que afirmam que ele apresentava sintomas de embriaguez, o advogado negou. "Nenhum deles pode afirmar isso, eles não são peritos", finalizou Dornas antes de ir embora. Júnior foi embora sem se posicionar para a imprensa. 

Polícia Militar também vai apurar fato

Em nota, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) afirma que, "através da Corregedoria, já determinou a apuração dos fatos e, dentro do prazo legal imputará a responsabilidade apurada". Ainda de acordo com texto enviado pela Assessoria de Imprensa da PM, por força do artigo 144 da CF/88 e artigo 9º do Código Penal Militar, "a competência de apurar tal conduta é da Polícia Militar", e, portanto, a competência não caberia à Polícia Civil.

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