Elefante branco

Policiais federais fazem manifestação nesta quarta-feira

Durante a paralisação, os agente mostraram um elefante branco, representando o inquérito policial, que para eles seria ineficiente

Qua, 23/04/14 - 12h36

Na manhã desta quarta-feira (23), agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal (PF) de Minas Gerais fizeram uma manifestação em frente à sede da corporação, no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte. 

O protesto teve início por volta das 9h e pede a reestruturação da PF, além do reajuste salarial. De acordo com o agente da PF e diretor jurídico do Sindicado dos Policiais Federais de Minas Gerais (Sinpef), Paulo Murta, esta já é a 9ª manifestação da classe somente em 2014. 

"O nosso pleito central é o fim do modelo da polícia que nós temos, pois queremos uma segurança pública que funcione de verdade. Nas polícias civis de todo o país apenas 8% dos homicídios são elucidados, sendo que 50 mil pessoas assassinadas por ano. Na PF, apenas 4% dos inquéritos chegam ao fim", criticou o agente. 

Para eles, uma solução para o problema seria o fim do Inquérito Policial, que, para eles, seriam o elefante branco da PF. "É ineficiente por conta do modelo, que concentra a investigação em uma única pessoa. Queremos que a população ganhe com mais crimes elucidados e, para isso, a nossa classe precisa de ter a possibilidade de investigação", afirma Murta.

Ainda conforme o policial, eles fizeram o concurso público que não exigia ensino superior, mas exercem funções à altura do cargo. "Queremos melhorar o serviço prestado à população e , assim, termos um grau de responsabilidade que nos permita ser remunerados adequadamente. A faixa de remuneração que exigimos é igual à das carreiras de nível superior da administração pública federal", finaliza o diretor. 

Movimento "apartidário"

Durante a manifestação, um dos atos feitos pelos policiais federais foi a queima de bandeiras do Partido dos Trabalhados (PT). "Isso não significa a partidarização do movimento. O alvo do protesto não é diretamente o partido, mas sim aos quadros que comandam o poder público federal, mais diretamente na figura da presidenta Dilma e do Ministro da Justiça", afirma Paulo Murta.

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