O medo de rompimento da barragem é tanto, em Barão de Cocais, na região Central de Minas, que até o barulho de helicópteros está assustando as crianças. É o que o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil Estadual, chama de potencialização do medo.
"Qualquer aeronave que tenha passado sobre Barão de Cocais, ela tem trazido às crianças, aos moradores, um temor de que o talude rompeu. Mas, essa não é a informação. Às vezes, a aeronave vem aqui para socorrer uma pessoa no hospital ", esclarece Godinho.
De acordo com ele, o dia de hoje será de desespero para a população da cidade por causa da projeção de rompimento da barragem. "Todo mundo vai ficar o dia inteiro vendo qual momento a barragem vai se romper. E aí, eu faço a pergunta: 'E se não cair agora?' Isso pode não acontecer ", disse o coronel, durante coletiva na sexta-feira.
Bancos
O coordenador da Defesa Civil Estadual fez um apelo às agências bancárias e à agência dos Correios que fecharam as suas portas na cidade, para que voltem a funcionar.
"Fecharam de forma desnecessária. Esse serviço, quanto mais uma pessoa está numa crise, e a gente deixar de prestar os serviços de utilidade, a gente potencializa essa crise", reagiu o coronel, que enviou ofício às agências bancárias para reforçar que no local onde elas estão localizadas a lama demoraria 1h30 para chegar.
"Elas podem trabalhar de forma segura e muito consciente, auxiliando para acalmar essas pessoas. As pessoas estão em dificuldade e todos os serviços públicos e particulares devem ser ofertados a essas pessoas ", disse Godinho, pedindo às agências para não vítimarem, ainda mais, os moradores de Barão de Cocais em função de um possível desastre.
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