Ibiracatu

Prefeito diz que perdoa mandante de atentado, mas quer justiça

Joel Ferreira de Lima (PT) foi vítima de tentativa de homicídio a mando do vice-prefeito; ele garante que continua levando sua vida normalmente e não quer vingança

Ter, 26/05/15 - 15h37

O prefeito de Ibiracatu, no Norte de Minas Joel Ferreira de Lima (PT) afirmou que perdoa o mandante da tentativa de assassinato contra ele, o vice José Neto Soares Coutinho (PT). "Eu o perdoo. Quero apenas que se faça justiça e pague pelo crime que cometeu na cadeia". afirmou, do seu gabinete, onde mantém sua rotina regularmente, após ter escapado do atentado.

"Eu estou bem, venho me recuperando e continuo trabalhando normalmente". diz o prefeito. Lima conta que ficou muito surpreso quando soube da autoria da tentativa de homicídio. "Nós nos dávamos bem, nunca tivemos problema. Inclusive fui eu quem o filiou ao partido", lembra. "Só pode ter sido a sedução do poder", arrisca o prefeito, que garante não querer vingança. 

Aos 50 anos, casado há mais de 20 anos,  pai de cinco filhos entre 22 e 6 meses de idade,  Joel Ferreira de Lima diz que continua levando sua vida ao lado da família e administrando a cidade e aguardando o andamento da Justiça. O cargo de vice-prefeito fica vago até a próxima eleição. 

O crime - Em troca de colaborar com as investigações, o vice-prefeito segue em liberdade, mesmo depois de assumir ser o mandante da tentativa de homicídio contra  prefeito do município do Norte de Minas, Joel Ferreira de Lima (PT). Ele foi baleado no dia 18 de abril, numa festa religiosa na zona rural, atingido no olho esquerdo, mas sobreviveu. A motivação teria sido política. Coutinho pretendia assumir o cargo do prefeito.

Segundo informações da Polícia Civil de Minas Gerais, Coutinho está sendo beneficiado por um acordo de delação premiada firmado entre o Ministério Público, o poder judiciário e o cidadão. Se omitir ou mentir sobre qualquer informação, o compromisso  é desfeito.

Através da assessoria de imprensa da Polícia Civil, o delegado regional de Januária, Raimundo Nonato, que está conduzindo a investigação, informou que o vice-prefeito  pagaria R$ 20 mil para um executor, mas  o valor não chegou a ser entregue. O responsável pela negociação já está preso e o responsável pelos disparos segue foragido. Os nomes deles não foram divulgados para não prejudicar a apuração do crime.

 

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