Baixo Guandu

Prefeitura de cidade do ES coloca máquinas sobre trilhos da Vale

Segundo ele, a Estrada de Ferro Vitória-Minas ficará interditada até que a presidência da mineradora se reúna com o governo e apresente soluções para a tragédia

Qui, 12/11/15 - 21h05
Prefeito disse que colocará máquinas da prefeitura sob os trilhos da Vale | Foto: REPRODUÇÃO / FACEBOOK

Em Baixo Guandu, município do Espírito Santo, o prefeito Neto Barros (PCdoB) mobilizou máquinas do executivo para bloquear na noite desta quinta-feira (12) a Estrada de Ferro Vitória-Minas, controlada pela Vale, até que a presidência da mineradora se reúna com o governo para apresentar soluções para o rompimento das barragens da Samarco. Ele já havia afirmado mais cedo que estava se preparando para o ato nesta tarde, em entrevista à TVGazeta, afiliada da Rede Globo. 

As barragens Santarém e Fundão da Samarco, empresa da qual a Vale detém ações, se romperam na última quinta-feira (5) no distrito de Mariana de Bento Rodrigues. Desde então a lama repleta de rejeitos de minério atingiu o rio Doce e já causou desabastecimento em cidades como Governador Valadares. A previsão é que até a semana que vem a lama afete o abastecimento no Espírito Santo nas cidades de Baixo Guandu, Colatina e Linhares.

Em entrevista ao canal de TV, Barros disse que ainda não foi procurado por especialistas de grandes catástrofes por parte da empresa. "Ficam muitas interrogações. A gente já está reunindo as máquinas da prefeitura e vamos colocá-las sobre os trilhos, na Estrada de Ferro Vitória a Minas. A não ser que o presidente da vale venha se reunir conosco, para apresentar as soluções, vai ficar enquanto for necessário”, declarou o prefeito durante a entrevista.

"Nós estamos em período de defeso, não se pode pescar no Rio Doce. Quem matar um lambari com barco vai ser preso. Aí fica a questão: só há previsão de pena para os trabalhadores e pessoas mais pobres? Esses absurdos aí é que vão contaminando a sociedade", reclamou. Segundo Barros, a Samarco, a Vale e a BHP (acionistas da mineradora) precisam se mostrar mais interessadas em resolver o maior desastre ambiental da história do rio Doce. 

"Há elementos na água, já em Valadares, que está descendo o rio e vai nos encontrar e ir para o oceano. Elementos químicos como manganês, arsênio e alumínio, coisas que não são absorvidas pelo organismo humano estão nos rejeitos. Não se tinha um plano de contenção para esse tipo de desastre. Nós estamos assistindo tudo para tentar remediar”, finalizou o prefeito.

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