No Carlos Prates

Prefeitura inaugura casa de acolhimento para moradores de rua em BH

Unidade funciona na modalidade república, com todos cuidando da casa; local foi construído com recursos do Orçamento Participativo

Sáb, 25/04/15 - 17h18

Foi inaugurada na manhã deste sábado (25), em Belo Horizonte, a primeira casa de acolhimento de moradores de rua construída especificamente para abrigar homens em processo de saída das ruas. Segundo a prefeitura, a unidade, que funciona na modalidade república, com todos participando dos cuidados da casa, é pioneira no país ao ser planejada com um projeto inovador e edificada nos padrões de assistência social exigidos pelo governo federal.

“Hoje temos duas unidades de acolhimento institucional na modalidade república na cidade, mas elas funcionam com equipamentos que foram adaptados para esse serviço. Na nova, todo o projeto arquitetônico foi feito de acordo com a tipificação do serviço de assistência social”, explicou a coordenadora do Comitê de Acompanhamento da População em Situação de Rua da prefeitura, Soraya Romina.

Segundo Soraya, ao contrário de abrigos por todo o país, que normalmente são espaços adaptados, a nova casa é modelo e possui as melhores condições para receber com dignidade a população em situação de rua. “Isso assegura maior qualidade no atendimento e maior possibilidade de reinserção social”, defende.

Localizada na avenida Nossa Senhora de Fátima, no Carlos Prates, na região Noroeste, a Unidade de Acolhimento Institucional Fábio Alves dos Santos conta com uma equipe de 20 profissionais multidisciplinares para atenderem 24h um total de 44 moradores – sendo 20% das vagas destinadas a pessoas com vulnerabilidade física, mental ou psiquiátrica. Os moradores chegam até o espaço por meio de encaminhamentos dos serviços especializados em abordagem social da prefeitura, e não é necessário estar trabalhando.

“Temos um critério de seleção, para ver se de fato o usuário tem perfil para vir para cá. Tem muita pessoa em situação de rua que não quer sair e não dá conta de dividir espaço com outras”, explica a psicóloga Andrea Oliveira Chagas, coordenadora da casa.

Por se tratar de uma unidade república, os moradores têm uma escala de tarefas e ajudam no processo de gestão e organização da casa, cuidando da limpeza de banheiros, quartos e cozinha. “É bom porque a gente aprende a cuidar de uma casa para o dia que sair daqui já estar acostumado”, diz André Luiz Soares Passos, 49, que mora há três meses no local. “Estou há cinco anos na rua e nunca passei por um lugar como esse, com tratamento psicológico, horário certo para almoçar e tudo muito limpo. Se a prefeitura pudesse fazer outras cinco iguais a essa seria muito bom”.

Embora tenha sido inaugurada neste sábado, a casa já funciona desde dezembro. O espaço conta atualmente com 16 moradores, e a intenção é completar a capacidade até meados de maio.

Investimento

A nova unidade de acolhimento foi construída com recursos do Orçamento Participativo. Foram ao todo R$ 2,14 milhões em desapropriação do terreno, elaboração do projeto e construção.

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