Mistério

Professores estaduais decidem manter greve e prometem 'radicalizar'

Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG) não quis dar detalhes sobre as atividades que farão parte da agenda de manifestações, mas se limitou a dizer que pretende dar mais visibilidade ao movimento

Qua, 28/05/14 - 19h30

Os professores da rede estadual de ensino decidiram, em assembleia, nesta quarta-feira (28), pela continuidade da greve por tempo indeterminado. A paralisação começou no dia 21 de maio. Durante a reunião, os trabalhadores também votaram a favor de uma “radicalização” do movimento.

A direção geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG) não quis dar detalhes sobre as atividades que farão parte da agenda de manifestações, mas se limitou a dizer que pretendem dar maior visibilidade ao movimento. Nesta quarta-feira, a categoria fechou a BR - 381, em Sabará, e na BR - 040, em Contagem.

Depois da reunião desta tarde, cerca de 500 professores seguiram em passeata da praça da Assembleia Legislativa, no bairro Santo Agostinho, até à praça Sete, onde se reuniram com servidores municipais em greve, que também faziam manifestação no centro de Belo Horizonte. Um ato público foi realizado no local. O trânsito chegou a ficar interrompido por duas horas. A situação já está normalizada.

Baixa adesão

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação informou que a adesão à paralisação "tem sido pequena desde o início do movimento". Confira a nota:

A Secretaria de Estado de Educação informa que a adesão à paralisação convocada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) tem sido pequena desde o início do movimento. O percentual de professores que interromperam as atividades em nenhum momento chegou a 1%. De acordo com o último balanço da secretaria, divulgado nesta quarta-feira (28), 99,81% das 3.674 escolas estaduais funcionaram e 849 (0,37%) professores, de um total de 229.543 docentes, em atividade, aderiram à paralisação", diz a nota.

A Secretaria de Estado de Educação (SEE) reitera que as principais reivindicações apresentadas pela entidade não estão de acordo com a realidade da educação mineira. Por exemplo, Minas Gerais paga, desde 2011, um valor bastante superior ao estabelecido pelo Ministério da Educação. Atualmente, o salário inicial pago a um professor com licenciatura plena é de R$1.455,30 para uma jornada de 24 horas semanais. Esse valor está, proporcionalmente, 42,93% acima do estabelecido pelo MEC para uma jornada de 40 horas semanais. O piso nacional para 40 horas semanais é de R$1.697,39 e para uma jornada de 24 horas, que é adotada em Minas, seria de R$1.018,43.

Em outubro do ano passado foi concedido um aumento de 5% a todas as carreiras da Educação Básica da rede estadual. Em função dos reajustes de salários e de outros benefícios concedidos pelo Governo do Estado, a folha de salários da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais cresceu consideravelmente nos últimos cinco anos. Em 2010, a folha era de R$ 6,2 bilhões em 2010 e em 2014 a previsão é de que a folha chegue a R$10,9 bilhões.

O Governo de Minas reitera que continua aberto ao diálogo com as entidades representativas dos servidores da Educação. Na última terça-feira, dia 27 de maio, por exemplo, aconteceu a quarta reunião deste ano do Comitê de Negociação Sindical (Cones), que envolve entidades representativas de servidores do Estado em diversas áreas. A reunião desta terça contou com a presença do SindUTE. Este ano já foram realizados outras três reuniões do Cones (25/02, 25/03, 23/04). Em 2013, foram realizadas sete reuniões e em 2012, 12 reuniões.

 

Atualizada às 21h12.

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