Professores das redes estadual e particular fizeram nesta quarta-feira (29) um dia de paralisação para reivindicar melhores salários. Em assembleia, eles discutiram as propostas e os próximos passos da mobilização. Os educadores da rede estadual alcançaram algumas das reivindicações em reunião com o governo do Estado, pela manhã, e combinaram de discutir as propostas em reuniões locais. Nesta quinta (30), eles participam de uma greve nacional, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, e farão um ato, às 8h30, no viaduto que dá acesso à Fiat, na BR-381, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Os professores da rede particular recusaram por unanimidade a contraproposta de 8% de reajuste, feita pela classe patronal. Agora, eles prometem ajuizar dissídio no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e paralisar os trabalhos novamente no dia da audiência de conciliação, a ser agendada pelo tribunal.

As mobilizações começaram pela manhã, com reunião entre representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e o governo de Minas. Segundo Beatriz Cerqueira, presidente da entidade, o governo se comprometeu em estender a mesma proposta dos servidores da ativa para os aposentados. Pela negociação, seriam mantidos também os atuais níveis de promoção e progressão da carreira.
As propostas foram discutidas entre os docentes em assembleia durante toda a tarde, de onde não saiu nenhuma decisão final sobre a campanha salarial. A categoria reivindica ainda pagamento do piso salarial, entre outros pontos. Sobre o piso, Beatriz informou apenas que haverá nova reunião com o governo em 8 de maio. Uma nova assembleia dos professores também está marcada para 14 do próximo mês. “Vamos analisar a proposta em assembleias locais e fazer uma avaliação na próxima assembleia estadual”, completou Beatriz.
A Secretaria de Estado de Educação informou apenas que de manhã se reuniu com líderes dos professores públicos e que nova proposta deverá ser formalizada nesta quarta.

Particular. Pela manhã, o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), que representa os profissionais da rede particular, reuniu cerca de 200 docentes na Associação Médica de Minas Gerais, em Belo Horizonte, para votar a contraproposta do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG). A decisão de recusar os 8% foi unânime, sob as alegações de que o reajuste está abaixo da inflação do período, de 8,42%, ao mesmo tempo em que o setor passou por expansão, segundo o sindicato. O Sinpro Minas informou que o percentual de reajuste seria fracionado para os professores do ensino superior – 6,4% desde abril e o restante em setembro –, o que não se justifica diante da expansão do setor, segundo a entidade. “Além do aumento das mensalidades em patamares bem acima da inflação e do número de matrículas, todos os indicadores apontam que houve expansão do setor privado nos últimos anos. Não há razões para as demandas da categoria não serem atendidas”, disse o presidente do sindicato, Gilson Reis.

Classe patronal. A crise econômica brasileira, com aumentos de preços e serviços, é a justificativa da classe patronal para não atender o pedido dos professores particulares, que querem reajuste de 11,5%. O Sindicato das Escolas Particulares (Sinep-MG) informou que aceita conceder 8,42% – 0,42% a mais que o já oferecido – para alcançar o aumento da inflação no período. “Todos têm que entender a dificuldade do país. Tem escola que vai sofrer muito impacto concedendo 8,42%, mas estamos dispostos a fechar esse valor”, disse o presidente da entidade, Emiro Barbini.