Operação Acrídeo

Quadrilha de roubo a bancos e carros-fortes é desarticulada em Minas

Em operação a Polícia Militar matou o líder do bando e um segundo integrante; outros três suspeitos foram presos e cinco fuzis, munições e explosivos acabaram apreendidos

Dom, 17/12/17 - 07h28

Em uma ação conjunta com vários Estados, a Polícia Militar (PM) de Minas Gerais conseguiu desarticular, na madrugada deste domingo (17), uma quadrilha especializada em roubo a carros-fortes, bancos, mineradoras e sedes de empresas de valores que se preparava para atuar em Montes Claros, no Norte do Estado. A quadrilha, que teria origem pernambucana, também seria responsável por ações ocorridas neste ano em Unaí e Grão Mogol.

O major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM, afirmou que a ação teve início por volta das 17h de sábado (16), quando Naelber Bezerra foi detido em um lava jato com uma SUV SW4. "Sem clonagem ou nenhuma outra irregularidade no carro que seria usado na ação. Ele foi preso pois já havia todo o aparato da inteligência. De lá fomos no apartamento dele em Montes Claros, onde estava o irmão dele, Jeu Julio da Silva", explica. Os irmãos apresentaram documentos falsos para a polícia. 

Durante a prisão dos dois, foi interceptada uma ligação telefônica em que uma pessoa afirmava que um caminhão trazia as "mercadorias". O veículo de carga foi interceptado e nele foram apreendidos 6 kg de explosivos. O motorista, Yago Nunes de Souza, também foi preso em flagrante. 

Após o encontro desta carga, a PM recebeu informações de que outros dois integrantes da quadrilha estariam em uma estrada vicinal próximo ao Vale das Cancelas, seguindo sentido Irapé. PMs da região e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) fizeram um cerco e acabaram deparando com os suspeitos.

"Eles abandonaram o veículo na tentativa de fugir e atiraram contra os policiais, que revidaram a injusta agressão e acabaram baleando os dois. Houve uma tentativa de socorro, mas os dois morreram", continua o major Santiago. 

FOTO: PMMG / DIVULGAÇÃO
Fuzil apreendido pode perfurar tanques de guerra e aeronaves

Foram apreendidos no total duas pistolas 9 mm e quatro fuzis com alta capacidade de disparo, sendo eles de calibre 7.62 e 5.56. Haviam ainda mais de mil cartuchos destas munições. "Além disso, apreendemos um fuzil de calibre .50, que é uma munição utilizada em guerra, por ser anti-tanque e anti-aérea. Eles tinham 50 cartuchos dessa munição", lembra o militar.

Também foram recolhidos pela PM veículos, equipamentos que seriam usados no roubo e uma chapa de aço que seria instalada no veículo para usarem como escudo durante a ação. Nesta imagem é possível ver diferença no tamanho das munições anti-aéreas e as demais:

FOTO: PMMG / DIVULGAÇÃO
Mais de mil munições de fuzis apreendidas

 

Líder morto

Durante o tiroteio, morreram Jean Carlos de Barros Dantas, o "Bereberê", que seria o atual líder do bando, e Aldenir Quirino de Sá, o "Galeguinho de Senhora", que é foragido da Justiça por roubo a banco. "Cabe ressaltar a ousadia dessa quadrilha. Eles são responsáveis pela morte de quatro policiais, sendo dois em Goiás e outros dois na Bahia, que inclusive foram torturados por eles", completa o major Santiago. 

A operação "Acrídeo" foi fruto do compartilhamento de informações entre a PM mineira e a de Goiás, a Polícia Federal da Bahia e do Distrito Federal, a Força Tarefa de Segurança Pública de Minas, Secretaria de Segurança Pública do Paraná, a Polícia Civil de Sergipe e outras corporações.

Segundo a PM, a princípio a quadrilha era liderada por Carlos Jardiel de Barros Dantas, "Jardiel Cabeção", morto em confronto com a polícia de Goiás em maio desse ano quando se preparava para executar um roubo a carro-forte na região da cidade goiana Aragarças.

Após a morte dele, a liderança da quadrilha foi assumida por Jean "Bereberê", que é irmão de Jardiel e que foi morto neste domingo em Minas. Já sob a liderança dele a quadrilha sofreu um novo duro golpe com a prisão de três de seus membros logo após um roubo a carro-forte ocorrido no dia 22 de maio deste ano na cidade de Unaí, quando ainda foram apreendidos oito fuzis, sendo um calibre .50.

Apesar da baixa, a quadrilha conseguiu se reestruturar e agiu novamente no dia 17 de outubro, na região de Grão Mogol, onde roubaram todo o dinheiro de um carro-forte. Nesta semana, as equipes integradas da operação iniciaram novas diligências atrás da quadrilha, que estaria se articulando para um novo ataque a um carro-forte na região de Montes Claros.

Ainda de acordo com a PM de Minas, a quadrilha em questão é responsável por ações que vitimaram policiais militares tanto na Bahia como no Ceará. 

 

Terceira quadrilha presa em quatro dias

A PM está fechando o cerco contra quadrilhas especializadas, sendo que somente desde a última quinta-feira (14) já foram três bandos presos. Na quinta, seis homens que pretendiam explodir um caixa na cidade de Santa Juliana, no Triângulo Mineiro. Eles estavam vigiando o quartel da polícia na cidade e usavam uma casa para guardar as armas e explosivos. Foram apreendidos também miguelitos, três revólveres calibre .38, um revólver calibre 357 e uma pistola calibre 9 milímetros.

No mesmo dia uma outra quadrilha de caixas eletrônicos foi presa enquanto planejava um assalto em São João del-Rei, no Carpo das Vertentes. Também foram presos pela PM seis criminosos, que confessaram a intenção de arrombar o cofre de uma empresa localizada no bairro Bonfim. Eles se preparavam para cometer o crime em um hotel da cidade. 

Atualizada às 11h13

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