PAD-MG

Quase 84% das crianças mineiras não frequentam creches, aponta estudo

Pesquisa por Amostra de Domicílios divulgada nesta quarta-feira (3) também aponta que analfabetismo caiu entre os jovens do Estado e que mulheres estudam mais

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 03 de dezembro de 2014 | 13:12
 
 
FERNANDA CARVALHO/O TEMPO

Em Minas Gerais, 83,9% das crianças de 0 a 3 anos de idade não frequentam creches. Ou seja, o acesso é para apenas 16,1% das pessoas nessa faixa etária. No caso da pré-escola, o acesso das crianças de 4 e 5 anos ao sistema de ensino é bem maior: 71,4%. Os números são relativos a 2013 e fazem parte da Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais (PAD-MG), divulgada nesta quarta-feira (3) pelo governo de Minas. O estudo é realizado a cada dois anos, com amostra de 18 mil domicílios, pela Fundação João Pinheiro e pelo Escritório de Prioridades Estratégicas. A pesquisa avalia educação, saúde e trabalho.

O acesso ao ensino fundamental já está praticamente universalizado: 97,9% das crianças e jovens de 6 a 14 anos frequentavam instituições de ensino em 2013. Já no grupo etário de 15 a 17 anos, população alvo do ensino médio, 84,8% frequentavam a escola em 2013. Para o grupo etário de 18 a 24 anos, população alvo do ensino superior, o atendimento foi de 26,1%.

Outra questão importante apontada pela pesquisa é a dimuição do analfabetismo entre os jovens. O patamar, que, em edições anteriores, foi próximo de 9%, caiu para 7,6% em 2013, isso considerando as pessoas de 15 anos ou mais.

A região metropolitana de Belo Horizonte apresentou a menor taxa de analfabetismo, de 4,4%, enquanto a maior taxa registrada foi na região do Jequitinhonha/Mucuri (19,9%), patamar pouco menor que o verificado em 2009 (21,5%) e 2011 (20%). A região do Rio Doce apresentou a segunda maior taxa (11,9%) e a região Norte, apesar de ainda ocupar a terceira maior taxa de analfabetismo, apresentou a maior queda, ao passar dos 16,0% registrados em 2011 para 11,7% em 2013.

No ano da avaliação, 26,6% da população mineira de 60 anos ou mais era analfabeta. Por outro lado, no grupo etário mais jovem (15 a 19 anos), a proporção de analfabetos era de apenas 0,9%, o que, segundo a pesquisa, reflete o aumento do acesso ao ensino nas últimas décadas. Esse mesmo comportamento foi observado em todas as regiões de planejamento.

Mulheres estudam mais

A população de Minas Gerais com 10 anos ou mais de idade atingiu 7,2 anos de estudo em média em 2013, registrando aumento de 0,3 ponto percentual quando comparado com 2011 e 2009. As mulheres possuem escolaridade maior que a dos homens, 7,4 anos contra 7,0.

Entre 2011 e 2013, a escolaridade média da população acima de dez anos apresentou aumento em todas as regiões de planejamento, exceto na Zona da Mata. Em uma análise comparativa entre as regiões, a região metropolitana de Belo Horizonte possuía maior média de anos de estudo (oito anos). Já a população de 10 anos ou mais de idade do Jequitinhonha/Mucuri apresentou a menor escolaridade média (seis anos).

Saúde das mulheres é pior

Em 2013, 81,5% da população de Minas Gerais avaliou o próprio estado de saúde como muito bom/bom; 15,7%, como regular; e 2,7%, como ruim/muito ruim. As mulheres mineiras avaliaram a própria saúde de forma mais negativa que os homens. Enquanto 83,8% deles avaliaram-na como muito boa/boa e 2,3% como ruim/muito ruim, entre as mulheres os percentuais foram de 79,4% e 3,1%, respectivamente.

Enquanto a maioria das crianças e adolescentes de zero a 14 anos considerou a própria saúde muito boa ou boa (94,3%), entre as pessoas com 60 anos ou mais, esse percentual ficou em 49,7%.

O Sul (85,9%) e a região metropolitana de Belo Horizonte (84,6%) foram as regiões em que se observaram os maiores percentuais de avaliação positiva quanto à autopercepção de saúde. Na região Central, verificaram-se os percentuais mais baixos de autopercepção do estado de saúde (75,9%).

Além disso, 71,8% da população mineira reportaram não possuir doença crônica alguma; 17,3%, possuir uma; e 10,8%, mais de uma doença crônica. Entre as regiões de planejamento do estado, a Central e o Centro-Oeste apresentaram as maiores prevalências de doenças crônicas (30,8% e 30,7%, respectivamente). Em contrapartida, a região metropolitana de Belo Horizonte registrou o maior percentual de pessoas sem doença crônica alguma (74,5%).