Mariana

Reassentamento ágil e prioridade em emprego são pedidos das vítimas

Moradores atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco querem receber R$ 1.500 mensais por família mais 30% por dependente

Por Rafaela Mansur
Publicado em 01 de dezembro de 2015 | 07:45
 
 
Escola foi destruída, no distrito de Bento Rodrigues, pelo "mar de lama" Foto: Fernanda Carvalho/O Tempo

Os moradores atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, na região Central de Minas, querem receber R$ 1.500 mensais por família mais 30% por dependente, e não um salário mínimo e 20% por dependente, conforme acordado anteriormente com a empresa. Essa foi uma das reivindicações feitas pela comissão que representa a população em reunião nessa segunda-feira (30) com a Samarco e a prefeitura.

“Muitos moradores perderam o emprego e têm a família grande e, para eles, um salário mínimo não é suficiente”, afirmou Antônio Gonçalves, 46, um dos membros da comissão de moradores de Bento Rodrigues.

Outra demanda é o pagamento de uma verba de R$ 10 mil por família para a reestruturação inicial. “Muitas pessoas perderam tudo o que tinham e continuam a receber boletos bancários e contas, então esse valor serviria para amenizar as despesas nesse primeiro momento”, disse Gonçalves.

A expectativa é que as demandas sejam respondidas na quinta-feira, em nova reunião. Alguns pedidos, no entanto, a Samarco já se comprometeu a atender, como a contratação de 180 moradores dos distritos atingidos para a triagem das doações. A mineradora, segundo Gonçalves, também se comprometeu a alugar um imóvel em Mariana para funcionar o escritório da comissão de moradores e a dar preferência aos afetados pela tragédia na oferta de emprego.

Outra reivindicação que a empresa prometeu analisar é o pagamento mensal às famílias que não deixaram suas casas, mas perderam a fonte de renda, além do reassentamento mais ágil aos desabrigados. “Pedimos que ao menos dez famílias possam ir para as casas alugadas por dia, para que até o final do ano todas possam ter deixado os hotéis”, declarou Gonçalves. Segundo o último balanço da Samarco, no domingo, 51 famílias foram levadas para casas.

Reunião

Prefeitos de oito cidades se reuniram ontem com uma empresa que vai definir os projetos prioritários de cada uma.

“A empresa vai levantar o impacto e depois apresentar os projetos, que vão passar por auditoria pelo Ministério Público. Se forem aprovados, vamos ter acesso ao fundo (R$ 1 bilhão com recursos da Samarco)”, explicou o prefeito de Mariana, Duarte Junior. A previsão é que os projetos sejam concluídos em 60 dias, mas demandas mais emergenciais podem ser atendidas antes.