Até o Natal, as ruas de Belo Horizonte terão um reforço no policiamento em função de uma parceria entre a Polícia Civil e a Guarda Municipal. Nessa quinta-feira (1), as corporações lançaram a operação Barbas de Molho, que tem o objetivo de aumentar a sensação de segurança durante o período de maior movimento.
Conforme números da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), em Belo Horizonte foram registrados 38.834 roubos entre janeiro e outubro deste ano – uma média de 127 por dia. O número é 12% maior do que o de crimes contabilizados no mesmo período de 2015, quando ocorreram 34.597 roubos. Já as estatísticas de furtos cresceram 4,5% na capital. Foram 54.877 ocorrências entre janeiro e outubro de 2016, frente a 52,5 mil registros nos mesmos meses do ano passado. A maior parte diz respeito a furto de celulares, principal foco da operação especial para o período natalino.
A expectativa é que, até o dia 25 de dezembro, 400 policiais civis estejam nas ruas, inclusive à paisana e em carros descaracterizados. O trabalho dos agentes será focado em investigações e prisões de suspeitos de roubos e furtos, incluindo os receptadores dos produtos levados. A corporação ainda vai alocar vans completamente equipadas, que devem servir como postos móveis de atendimento das ocorrências em pontos-chave da cidade. “Nosso trabalho tem foco na investigação. Vamos atrás dos autores dos delitos e dos receptadores, para limpar de vez esta cidade”, afirmou o chefe do 1º Departamento da Polícia Civil, Rogério de Melo Araújo.
A Guarda Municipal também vai ampliar o número de homens nas ruas, com foco na vigilância ostensiva. No entanto, a corporação só deve fazer um balanço com os dados oficiais ao fim da operação, de acordo com o subinspetor Alexandre Costa Silva. “Vamos esperar, porque não queremos que a bandidagem saiba o que a espera nas ruas”, disse.
Prisões. No primeiro dia da Barbas de Molho, a Polícia Civil, em parceria com as Receitas Federal e Estadual, cumpriu 13 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em vários pontos da região metropolitana. Nos shoppings populares Xavantes, Caetés e Popular, todos no centro da capital, foram apreendidas centenas de celulares sem nota fiscal.
A investigação, que durou 90 dias, levou a corporação à prisão de uma quadrilha especializada no roubo de telefones no centro de Belo Horizonte. Nove homens e uma mulher foram presos, suspeitos de furto, roubo e receptação. Eles devem cumprir prisão temporária de cinco dias.
A Polícia Civil recomenda que toda vítima de roubo ou furto compareça a uma delegacia o quanto antes para fazer um boletim de ocorrência. As estatísticas guiam o planejamento da corporação.
Operação. A expectativa é que seja lançada, na próxima segunda-feira, a operação especial para o período de Natal da Polícia Militar (PM) para Belo Horizonte e a região metropolitana da capital.
Savassi
PM eleva presença, mas medo persiste
Dias após um assalto que casou um prejuízo de R$ 44 mil a uma loja de celulares na praça da Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, a Polícia Militar (PM) reforçou o policiamento na região. O medo, porém, ainda é grande em quem trabalha ou circula pela região. “Fomos assaltados na última segunda-feira. Apesar de sempre ter uma viatura na praça e de sempre vermos policiais andando por aqui, no dia do assalto não tinha ninguém. Parece que isso conspirou, e acabamos assaltados à luz do dia, logo quando a loja abriu”, contou a gerente do estabelecimento.
Nessa quinta-feira (1), a reportagem esteve no local por cerca de duas horas. Durante todo o período, no mínimo dois militares faziam ronda pela praça. “Nesta época do ano, os pivetes até parecem brotar do chão, se multiplicam. A polícia passa, faz sua parte, mas não tem como fazer milagre”, disse a pipoqueira Camila Michel.
A PM confirmou o reforço, mas não apresentou o número do efetivo.
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