Gongo Soco

Se barragem romper, lama demora 1h para chegar às casas, diz Defesa Civil

Reunião entre órgãos de defesa e a Vale, conforme estudo mostrado pela empresa, determinou acionamento de sirene na noite desta sexta-feira (22)

Sex, 22/03/19 - 23h43
Coronel Godinho, porta-voz da Defesa Civil, explicou sobre os riscos de rompimento da barragem em Barão de Cocais | Foto: Cristiane Mattos

Uma reunião, que terminou na noite desta sexta-feira (22), entre representantes da Vale, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Militar mostrou que a estrutura da barragem da Superior da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, corre risco de se romper a qualquer momento. Os estudos foram apresentados por uma empresa, contratada pela Vale, para atestar a segurança da barragem. 

 "Eles (empresa) chegaram a conclusão que o fator de segurança está muito baixo e se tiver qualquer gatilho a estrutura pode cair. Isso não significa que vai ter o rompimento, mas agora a empresa e todos os órgãos estão muito receosos que uma nova tragédia ocorra já que ninguém esperava que fosse acontecer o que houve em Brumadinho", disse uma fonte ligada à Agência Nacional de Mineração.

O tenente coronel Flávio Godinho, porta voz da Defesa Civil, confirma que a estrutura pode se romper a qualquer momento. "Essa oficiou a Vale que essa barragem pode romper", explicou.

Ele ainda disse que sete viaturas do batalhão de choque da Polícia Militar estão a caminho de Barão de Cocais para, caso a estrutura venha a se romper, os militares possam ajudar na evacuação das pessoas na área secundária, que fica 10 km distante da barragem, cerca de 1h12 minutos. A área de autossalvamento foi evacuada no último dia 8.

Resposta da Vale

"A Vale acionou o protocolo para início do nível 3 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) para a Barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), nesta sexta-feira (22/3).

 Essa medida preventiva se faz necessária tendo em vista o fato de o auditor independente ter informado a condição crítica de estabilidade da barragem. Com o nível 3, foi acionada a sirene de alerta que cobre a Zona de Autossalvamento (ZAS), como reforço de medida preventiva, já que a evacuação da área próxima à barragem foi realizada em 8 de fevereiro.
 
A Vale reitera que continua adotando uma série de medidas preventivas para aumentar a condição de segurança de suas barragens.
 
Importante lembrar que a Barragem Sul Superior é uma das dez barragens a montante inativas remanescentes da Vale e faz parte do plano de descaracterização anunciado pela empresa.

 

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