Aglomerados nas calçadas

Secretária garante que não houve aumento da população de rua em BH na pandemia

Porém, Maria Caldas admite que há percepção de crescimento; abordagens foram retomadas nesta semana e equipes já recolheram mais de 14.500 kg de materiais "inservíveis" na capital

Sex, 07/08/20 - 14h22

Barracas, pedaços de madeira e metal que improvisam fogões e dificuldades até para o cuidado com a higiene pessoal. Entre as praças e calçadas do hipercentro de Belo Horizonte – região que abriga o maior número de pessoas sem moradia –, vive uma população em situação de rua que chega a 9.114, conforme dados do CadÚnico do governo federal divulgados em maio.

Apesar do número elevado na cidade, a secretária municipal de Política Urbana, Maria Caldas, afirmou que não houve um crescimento do número durante a pandemia do coronavírus. "Parece ter um aumento, mas nossa percepção é que as pessoas estão mais aglomeradas em locais que conseguem ser assistidas", explica.

Conforme a dirigente, houve até relatos nos últimos meses de pessoas que tiveram dificuldade até para beber água. "Antigamente, com o comércio aberto, a população acaba estabelecendo uma relação com a vizinhança, que ajudava. Agora, os que não querem a assistência da prefeitura, estão mais juntos em locais com maior movimentação", disse.

Abordagens retomadas

A secretária Maria Caldas ainda admite que houve uma diminuição temporária do serviço de abordagem. Porém, as equipes já retomaram os trabalhos nas ruas nesta semana. Até nesta sexta-feira (7), ocorreram 174 ações nos principais pontos da capital: Barreiro, Lagoinha e as regiões das avenidas Afonso Pena e Olegário Maciel são alguns dos exemplos.

Para evitar o conflito urbano e a obstrução das calçadas, é permitido que os moradores em situação de rua tenham apenas o que cabe nos carrinhos. Com as ações, foram retirados das ruas mais de 14.500 kg de materiais considerados pelas próprias pessoas como inservíveis. "Ainda tivemos oito autos de apreensão, que são exemplos como móveis, colchão de casal. Tudo isso é levado para o depósito. Essas iniciativas ajudam a diminuir o conflito com a cidade", enfatizou.

A secretária lembra ainda que os moradores podem recuperar quando quiserem esses materiais nas unidades da prefeitura.

 

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