Justiça

Secretário do PT condenado por pedofilia é preso em BH

Ele negou o crime e disse que foi vítima de armação; pena é de 7 anos de prisão

Por NATÁLIA OLIVEIRA
Publicado em 01 de setembro de 2011 | 20:50
 
 
Ele negou o crime e disse que foi vítima de armação; pena é de 7 anos de prisão NATÁLIA OLIVEIRA

Condenado por pedofilia, o secretário de organização do Partido dos Trabalhadores (PT) em Belo Horizonte, Nartagman Wasley Aparecido Borges, 35, foi preso ontem. Ele estava foragido da Justiça desde maio último, após ter sido sentenciado a sete anos e nove meses de prisão pelo estupro de uma criança.

De acordo com o delegado do Departamento de Investigações (DI), Alexandre Oliveira, além de estuprar a enteada, de 9 anos, Borges também assediava a irmã dela e uma empregada que trabalhava na casa onde eles moravam. A menina molestada contou para a mãe que estava sofrendo abusos. A mulher prestou queixa na delegacia e rompeu o relacionamento.

O crime aconteceu em 2004. O homem só foi condenado em 2ª instância no dia 19 de maio deste ano, após responder ao processo em liberdade.

Segundo o delegado Oliveira, chamou a atenção também o fato de Nartagman Borges ter se recusado a testemunhar nos casos de dois homicídios que presenciou, um deles o do próprio irmão, morto em outubro de 2002.

Ontem pela manhã, os policiais conseguiram prender Borges quando ele saía de casa, no bairro Rio Branco, na região de Venda Nova, para trabalhar. A polícia estava acampada em frente à casa dele há uma semana.

O secretário de Organização do PT negou o estupro contra a enteada. Ele alegou que estava sofrendo perseguição política. Segundo ele, o pai da menina, que também é membro do PT, pretendia retirá-lo do partido. "O pai influenciou a menina a mentir e a dizer que eu a estuprei. Não existe nada que comprove isso", disse Borges.

Segundo o delegado, na época do crime, em 2004, mandados de busca e apreensão foram realizados, mas nenhum material pornográfico foi encontrado na casa do acusado. Não foram realizados exames médicos na criança. A Justiça se baseou no depoimento da vítima.