Mais três homens, suspeitos de terem cometido estupros contra vulneráveis, foram presos nesta quinta-feira (24) em mais um etapa da operação “Exposed”, da Polícia Civil. Além das prisões, a polícia também cumpriu três mandados de busca e apreensão de materiais relacionados à pornografia infantojuvenil. Ao todo, oito pessoas foram presas, e uma ainda segue foragida.
A segunda fase da operação - faz referência a hashtag utilizada por muitas mulheres para denunciarem abusos sexuais pela rede social Twitter -, ocorreu na região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
O primeiro suspeito, um homem de 19 anos, foi preso no bairro Tupi. Ele, além de ter supostamente abusado de uma adolescente de 12 anos, também teria filmado e compartilhado material pornográfico nas redes sociais, expondo ainda mais a vítima.
"Este autor alega que a relação sexual teria sido consensual, porém, pela idade da vítima já se configura crime de estupro de vulnerável. Pela legislação, nesta idade, a pessoa não tem capacidade de discernimento", explicou o responsável pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) de Venda Nova, Diego Lopes.
Um outro homem, de 53 anos, também foi preso na operação. Ele é suspeito de ter estuprado um menino de apenas 3 anos, em 2018, bairro Vila Mariquinha. Na época, ele prestava serviços de pedreiro na casa da vítima, e, num momento de distração da mãe da criança, o homem teria levado o menino até a casa dele (na vizinhança) e cometido o crime.
"Além de praticar o abuso, ele feriu gravemente a o órgão sexual da criança, que precisou ser submetida a cirurgia", contou o delegado. "Na época ele foi preso e chegou a usar tornozeleira eletrônica, mas foi solto. Agora, a justiça expediu o mandado de prisão preventiva", acrescentou.
Já o terceiro a ser preso nesta segunda fase da operação, um homem de 39 anos, é o próprio pai da vítima, uma menina de 13 anos. "Desde março ela estaria sendo abusada e ameaçada pelo pai. A menina foi encorajada a contar para a mãe o fato, que nos procurou", disse o delegado. Segundo o relato da adolescente, o pai a penetrava no ânus para que ela “não engravidasse” e se tornou muito possessivo, impedindo-a de sair de casa.
Os três homens foram encaminhados ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira, região Oeste. A polícia agora vai investigar o material apreendido, computadores e produtos eletrônicos.
Primeira Fase
As primeiras prisões foram em junho deste ano, depois que uma adolescente, de 17 anos, teria sofrido um estupro coletivo, no Morro das Pedras, na região Oeste de Belo Horizonte, durante um ensaio de MC’s. O crime, que aconteceu em novembro de 2019, foi descoberto por ter resultado na gravidez da vítima. A adolescente foi estuprada por seis homens que ainda filmaram a ação.
A adolescente demorou para contar sobre o crime, porque estava com medo da reação da mãe. A jovem revelou à polícia, quando saiu da escola foi convidada por uma amiga para ir a um estúdio, onde ensaiam vários MC’s. No local, todos fizeram uso de bebida alcoólica e drogas e em determinado momento um homem puxou a adolescente para um local mais ermo, onde ela foi estuprada por seis suspeitos, entre MC’s, produtores musicais e empresários que trabalhavam no local.
Exposed
A hastag Exposed e o nome das cidades de Brasil tomou conta do twitter em maio e ajudou várias mulheres a denunciarem os abusos sexuais sofridos em todo país. A vítima do estupro coletivo chegou a contar sobre o crime pelo twitter com a hashtag, depois da denúncia já feita à delegacia.
Segundo a Polícia Civil de Minas, outras denúncias de mulheres abusadas que deram o relato na rede social e procuraram a delegacia estão sendo investigadas e a operação Exposed terá novas fases.
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