Em Passa-Quatro

Servidor chefe ambiental é preso pela PF por corrupção no Sul de Minas

Ele pedia propina para barrar investigações que não existiam

Ter, 02/08/22 - 08h05

Um servidor público federal, que era chefe de unidade de conservação do Instituto Chico Mendes (ICMBio) foi preso nesta terça-feira (2) pela Polícia Federal em Passa-Quatro, no Sul de Minas. De acordo com investigação do Ministério Público Federal (MPF), o homem é suspeito de tráfico de influência e corrupção passiva.

O suspeito mentia sobre supostas investigações contra irregularidades e pedia propina para barrar as apurações. Segundo o MPF, as investigações começaram a partir de denúncias de empresários e responsáveis por empreendimentos na cidade. Eles alegam que desde o início de 2022 o servidor público disse que haviam representações de irregularidades ambientais na construção de loteamentos. Assim, ele solicitava e recebia vantagens com a promessa de resolver as irregularidades e não dar andamento a novas "denúncias". O servidor ainda afirmava que precisava realizar vistorias no empreendimento para reportar ao órgão competente e citava um suposto inquérito que estaria tramitando na unidade do Ministério Público Federal em Pouso Alegre, também no Sul do Estado. Em alguns dos diversos contatos mantidos pelo investigado com os empresários, ele solicitou o pagamento de propina para influir na decisão de procurador da República que supostamente conduzia a investigação. "Na realidade não havia nenhuma investigação sobre esses fatos no MPF", diz a investigação.

A PF prendeu o suspeito e apreendeu, também três veículos. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Pouso Alegre, em endereços vinculados ao investigado.

Além das medidas de prisão e de busca e apreensão, a Justiça Federal também decretou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal do investigado e de pessoa a ele vinculada, cuja conta foi utilizada para o recebimento da propina, como forma de laranja.

O envolvido responderá pelos crimes de corrupção passiva e tráfico de influência, com pena de prisão de quatro a 17 anos.

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