Retomada em BH

Sindicato municipal tem indicativo de greve, mas professores mantêm atividades

Categoria decidiu que não vai paralisar as atividades pelo menos até o dia 18 de agosto, quando se reúne novamente

Seg, 02/08/21 - 16h13

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Em assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), nesta segunda-feira (2), a categoria decidiu levantar um indicativo de greve, mas não vai paralisar as atividades pelo menos até o dia 18 de agosto, quando se reúne novamente. Na perspectiva da diretora do sindicato, Vanessa Portugal, as aulas presenciais só deveriam retornar após maior controle da pandemia na cidade. 

“Os trabalhadores estão vacinados com a primeira dose, mas não imunizados corretamente ainda, e as crianças e suas famílias não estão vacinadas, em sua maioria. Existe uma tentativa de fazer a população acreditar que estamos voltando à normalidade, mas isso é um absurdo completo. Embora os índices da pandemia tenham caído, caíram em relação a um patamar absurdo”, diz. A Secretaria Municipal de Saúde (Smed) ainda não levantou quantos alunos aderiram ao ensino presencial neste retorno. 

Nesta segunda, após o recesso escolar, a técnica em farmácia Adriana Malaquias, 39, era a única mãe aguardando o filho do lado de fora da Escola Municipal Dom Bosco, no bairro da região Noroeste de BH, por volta das 11h. "Achei melhor já trazer meu filho para a escola, porque esse vírus não vai acabar mesmo. A gente fica meio cismada, mas em casa não dá conta de ensinar", conta. 

De saída da escola, com uma máscara de pano, o filho de Adriana, Bryan, 9, diz que o primeiro dia de aula foi mais solitário do que geralmente: dos seus quatro melhores amigos, dois voltaram às aulas presenciais. "Tinha só três alunos na minha sala. Eu não fico com medo do vírus. O mais diferente é que não pode conversar muito, porque sentamos longe na sala, e também não podemos emprestar as coisas. Na hora do recreio, senti falta de brincar, hoje só comemos no refeitório", conta o estudante.

O motorista de van escolar Eduardo Ferreira, 45, passou no colégio para buscar duas crianças, muito aquém dos 16 alunos que o veículo comporta. “Trabalho há cinco anos nesta escola, mas estava parado desde março do ano passado. O diesel está muito caro e estou levando poucas crianças, então vou gastar do meu bolso. Voltei agora para marcar a clientela e novos mais que conhecerem”, detalha. Após um quadro de Covid-19 que o deixou internado durante 15 dias, ele prefere não enviar os próprios filhos para as aulas presenciais por enquanto, por precaução.

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