Coronavírus em Minas

Supermercados garantem abastecimento e sentem pressão de fornecedores por alta

Presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis) afirma que reajustes de algumas mercadorias não é responsabilidade das lojas; setor faturou alto no início da pandemia

Por Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2020 | 15:05
 
 
Alexandre Poni, presidente da Amis, foi o entrevistado da Live do Tempo desta terça-feira Foto: Flávio Tavares

No começo da pandemia de coronavírus, o faturamento dos supermercados mineiros aumentou entre 10% e 15%, enquanto consumidores corriam às prateleiras para estocar produtos. Hoje, mais de um mês após o começo do isolamento social em Minas Gerais, o faturamento retornou a patamares pré-crise sanitária, segundo o presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Alexandre Poni.

Poni, que também é sócio e diretor comercial dos supermercados Verdemar, deu a declaração durante a Live do Tempo, entrevista ao vivo conduzida diariamente por Helenice Laguardia e Karlon Aredes nos canais digitais do portal O Tempo.

De acordo com Poni, os gastos das lojas aumentaram no período: “Nosso custo aumentou muito durante a pandemia, reduzimos o funcionamento das lojas em duas horas, por exemplo”. Ele também cita gastos com higienização nos mercados. Ainda assim, segundo o presidente da Amis, os supermercados mineiros não estariam cobrando valores abusivos da população.

Assista à Live do Tempo desta terça-feira: 

 

Ele isenta os supermercadistas do aumento e credita as altas aos produtores. “Não produzimos, simplesmente repassamos o preço de quem produz o produto”, disse. Poni afirmou, ainda, que não percebe desabastecimento de qualquer produto nas prateleiras e que eventuais quedas da qualidade de produtos de hortifrúti devem-se, apenas, à sazonalidade — as verduras, por exemplo, estariam melhores agora, devido à interrupção das chuvas. 

Ainda de acordo com Poni, há preços diminuindo: o preço do álcool em gel, que havia disparado no começo da crise, devido à escassez do produto, tem tendência de baratear nos supermercados. 

Com a alta do dólar – que bateu R$ 5,55 nesta segunda-feira (27) –, Poni acredita que o futuro é de valorização dos produtos brasileiros. O Verdemar, conhecido pela oferta de importados, afirma que a encomenda desses itens se torna “praticamente impossível” com o atual preço da moeda norte-americana.

Nesse cenário, ele pede que o mercado e o consumidor valorizem, especialmente, produtos de Minas Gerais. Para isso, estimula a criação de selos de certificação dos produtos locais, como as tilápias do rio São Francisco, a exemplo de alguns queijos do Estado. 

Amis pede a consumidores para irem ao mercado em horários alternados

Para evitar contágio nos supermercados, Poni recomenda que clientes obedeçam às regras municipais e utilizem máscaras nesses espaços, assim como os funcionários. Ele também alerta que é melhor evitar os dias com maior volume de clientes, entre as 17h e as 20h de quintas e sextas-feiras. O ideal seria fazer compras após o horário reservado aos idosos (das 8h às 9h) e após o almoço durante segunda a quarta-feira.

Poni também disse que supermercados onde funcionários não utilizam máscara são exceções e que a orientação da Amis é para que sigam os decretos que obrigam o uso do acessório – cuja fiscalização fica a cargo do poder público. 

Ele estima que as lojas da rede Verdemar tenham suspendido o contrato de trabalho de 160 a 170 funcionários, mas garante que a intenção é colocá-los de volta à ativa quando houver normalização das atividades.

Confira a entrevista na íntegra:

Supermercados ficaram abertos durante a pandemia, enquanto praticamente todas as lojas estavam fechadas. Com isso, devem ter registrado movimento maior. Após a pandemia, qual é a previsão do setor para continuar gerando negócios e, a previsão para o consumidor, já que há muitas pessoas demitidas e empobrecimento da população? Os supermercados vão fazer promoções?

Não pensávamos que fôssemos passar por isso que estamos passando hoje, é uma situação muito atípica. A gente não sabe qual vai ser o poder de compra da população mineira ou brasileira depois da pandemia, no mercado em geral. Os restaurantes vão voltar a abrir, mas como vai ser o movimento? É um grande desafio manter as lojas abertas. Nossos colaboradores são heróis, não lidamos diretamente com doentes, mas estamos lidando com riscos grandes nas lojas. Tudo vai funcionar segundo oferta e procura.

Nós, supermercadistas, não somos produtores, mas revendedores e repassadores de produtos feitos pela indústria ou do agronegócio brasileiro. Tomara que nosso consumo não caia, porque isso não é bom para o paí, precisamos que a economia mantenha-se ativa. Acreditamos na economia: se ela aquecer — mas tudo indica que não vai —, acredito que, sem dúvida nenhuma, a indústria vai produzir mais e querer vender mais. É tudo uma engrenagem. Mas, hoje, é difícil falar de previsibilidade, do que vai acontecer depois da pandemia.

Dá para fazer campanha com as indústria para que tenhamos preços mais atraentes? Porque, nesta época, os preços subiram demais, como no caso do óleo de soja, do leite e do arroz e ovos. O que pode ser feito com a indústria para que os supermercados apresentem preços melhores, diante de tantas demissões?

Em primeiro lugar, se a indústria reduzir os custos dela a partir da demanda dos produtos, pode haver essa redução de preços, é lei da oferta e procura. O supermercado vive de vender. Então, quanto mais barato vendermos, mais vai vendermos. Estamos trabalhando a relação com o produtor para produzirem mais e venderem mais. Queremos sempre vender pelo preço o mais barato possível.

Sem dúvida nenhuma, o setor supermercadista é um dos mais concorridos no Estado, talvez no Brasil, de tantos supermercados que temos nas cidades. Estamos nos preparando para vender cada vez mais baratos, se possível. 

Neste primeiro momento, acompanhamos supermercados relativamente cheios. Pessoas que faziam compras pulverizadas, em padarias, açougues e hortifrutis, então se concentrando supermercados para comprar tudo de uma vez só. Os supermercados também estão recebendo uma demanda que, antes, era de bares e restaurantes, com as pessoas bebendo e cozinhando em casa. Vocês mensuram ganho de receita no confinamento?

Existem várias etapas nesta crise. Tivemos, em um primeiro momento, pessoa inseguras, que compraram para estocar. Agora, vemos a demanda bem regular. O que sentimos, também, é que, por mais que as pessoas cozinhem mais em casa, os deliveries estão atendendo - mesmo sem substituir restaurantes, a demanda dos deliveries é grande.

Acabou a frequência diária de compras nas lojas ligadas à vizinhança, onde tínhamos uma frequência grande de clientes, regularmente. As pessoas estão vindo uma, no máximo duas vezes por semana, ao supermercado. Sentimos muito a queda nesses setores, como as padarias sentiram. E a venda de produtos produtos que é possível durar mais em casa, como industrializados, aumentou.

Os supermercados aumentaram muito os custos para manter-se higienizados e com treinamento de funcionários. Hoje, o que sentimos no setor é que as vendas voltaram quase ao normal do que era antes. Tivemos um aumento de 10% a 15% de aumento de vendas na fase dos estoques, mas hoje está muito regular, mais ou menos nos mesmos parâmetros de antes da crise. 

Como fica o setor daqui para a frente? Os investimentos continuam, é possível termos mais contratações? 

Os investimentos são de cada empresa. Muitos projetos em andamento não tem nem como parar, porque para abrir um supermercado, ou você compra um imóvel ou faz um contrato de aluguel, e muitos contratos foram assinados antes da crise. Temos 40 dias de crise, mas parece que passou o mundo pela gente, de tantos problemas e coisas novas durante esse tempo. Para frente, é o desafio.

Leitores dizem que supermercados estão abusando dos preços em época de empobrecimento do povo. É verdade?

Absolutamente, não. Tenho que repetir sempre: não produzimos, simplesmente repassamos os preços de que quem produz e traz o produto. Não houve aumento de margem dos supermercados, pelo contrário. Nossos custos aumentaram muito durante a pandemia, visto que estamos muito preocupados com as medidas de cuidado e restrição.

Tivemos, por exemplo, que reduzir duas horas de funcionamento das lojas. Com duas horas menos, não pode reduzir mão de obra, porque não sabíamos o número de atestados de saúde, o que iria acontecer. Já pensou se os colaboradores adoecessem, o que, graças a Deus, não aconteceu? Como iríamos atender a população?

Não temos previsão do que vai ser amanhã, infelizmente. Torcemos para o afrouxamento das restrições, porque, para nós não é bom ver isso. Tenho certeza de que nenhum empresário está feliz de ver outros empresários ou a população sofrendo. Eu torço muito pelo Brasil. 

Tem-se valorizado os fornecedores e produtos brasileiros nos supermercados?

Acho que isso vai ser natural, só de ver o preço da cotação do dólar. Além, de favorecer produtos brasileiros, precisamos favorecer produtos mineiros.

Outro dia, tive uma reunião virtual com a Secretaria de Agricultura de Minas falando sobre a tilápia mineira produzida no rio São Francisco. Até sugeri criar um selo de produto mineiro, porque a maioria da tilápia que vendemos hoje é produzida em Minas. Com essa demanda, poderíamos ver se conseguimos, com o governo do Estado, favorecer o entorno da produção de Minas. 

Como os produtores conseguem colocar esses produtos no mercado sem atravessadores, que aumentam tanto os preços?

Não acho que o atravessador aumentam o preço. Em alguns momentos, esses produtores são muito pequenos, eles têm muito custo, especialmente se estiverem longe de Belo Horizonte. A escala da tilápia, por exemplo, é uma coisa enorme. Precisa haver um intermediador, ele tem o custo de distribuição, de atender. É lógico que os supermercados vendem tilápia, mas os produtores sofreram muito com a queda de venda nos restaurantes.

Eu sou a favor do café de Minas Gerais, do queijo de Minas, como sempre valorizamos e temos que valorizar cada vez mais. Nós, mineiros, temos que aprender a valorizar produtos daqui. Como os produtores conseguem fazer isso? Unindo-se para criar um selo, uma certificação, disso chegar ao consumidor e ele demandar isso do supermercado.

Nossos supermercados, sozinhos, não conseguem criar essa demanda. Temos que fazer a economia mineira rodar. Você vê a importância do trabalho que a Emater-MG faz com os queijos e cafés. Isso valoriza muito os produtos mineiros. É importante que o consumidor saiba da qualidade e da quantidade de produtos de Minas Gerais.   

Leitores dizem estar comprando produtos piores e de segunda linha no hortifruti com o mesmo preço dos produtos que ele achava melhor.  

O setor de hortifruti é muito sensível a sazonalidade. Se isso está acontecendo, pode ter relação com a sazonalidade ou com a dificuldade de o produtor chegar aqui, com a questão dos transportes. Mas, realmente, hortifruti tem tudo a ver com sazonalidade, oferta e procura.

É sabido que o consumo de alguns desses produtos, por causa do fechamento dos restaurantes, caiu muito. Mas, quanto à qualidade, é só sazonalidade mesmo: parou de chover e as verduras são muito boas nessa época. Existe queda de produção de alguns produtos.   

A Amis está sentindo problemas de abastecimento?

Nenhum problema. Pelo contrário: a oferta do álcool em gel, do qual falamos muito no começo da pandemia, está muito grande, as lojas estão normalizadas quanto a ele. Acho que tem até tendência de queda preço do álcool em gel. Existiu muito abuso, não por nossa parte, mas de quem tinha álcool em gel para vender naquela época.

O produtor normal precisou de preparar. Temos notícias dos produtores, por exemplo, de que aqueles pumps (embalagem que libera o álcool ao ser pressionada) acabaram, porque são importados. Então, hoje, a maioria do álcool em gel está vindo em embalagens de rosca. É o mercado que manda nisso tudo. 

Os empregos estão garantidos a pessoas do grupo de risco, a partir dos 60 anos?

Na minha empresa, a gente só suspendeu o contrato, porque, por lei, não podemos voltar com eles ao trabalho. Acreditamos que vamos voltar a trabalhar com eles, ou teríamos demitido todos. No Verdemar, gostamos muito dessa mão de obra.

Precisamos fazer a suspensão temporária do contrato de 160 a 170 pessoas, mas acreditamos na volta deles. Por enquanto, não faz sentido nenhuma demissão no setor de supermercados. Mas, realmente, vamos viver da demanda da venda.

Eu tenho conversado com dirigentes de outros supermercados, mas não dá para prever (se vai haver demissões). O que mandar são a economia e a venda. Vimos da venda. Se vendermos, vamos manter (os funcionários), se não vender, como vamos fazer? A mão de obra é um custo muito significativo no setor, e temos outros. 

Como vai ser a negociação de produtos importados daqui para a frente?

No Verdemar, importamos muitos alimentos. Estamos em um impasse: fechamos novas encomendas, como vamos fazer com os preços, será que vai ter demanda? Sabemos que há produtos diferenciados, que o Brasil não produz igual, mas com o valor do dólar (desta segunda-feira), é praticamente impossível fazer novas encomendas.

Acima de tudo, acreditamos muito na indústria brasileira. Os produtores brasileiros evoluíram muitos nesses anos. Exatamente por causa dessas importações e da referência deles, essa melhora vem acontecendo sistematicamente. 

Leitores dizem que o Verdemar tem os produtos mais caros. É verdade?

Nós não vendemos caro, temos produtos mais caros que são mais sofisticados. Infelizmente, os produtos sofisticados importados são mais caros que produtos nacionais. Temos produtos brasileiros com o mesmo preço de outros supermercados. Mas você tem mais opções no Verdemar, sem desmerecer a concorrência, que está evoluindo e cresceu muito no Brasil.

Delicatéssens, que antigamente, eram um setor representativo em Belo Horizonte, foram acabando e os supermercados passaram a trazer os produtos diferenciados e sofisticados. Além disso, com o crescimento econômico que tivemos, criou-se uma valorização da gastronomia. Hoje, quem não gosta de cozinhar em casa, de ver um programa de culinária, comprar um livro e fazer receitas? E as receitas também se sofisticaram qualitativamente.  

Quais são as medidas de precaução dos supermercados, e há medidas específicas para funcionários com mais de 60 anos? 

Os funcionários com mais de 60 anos estão afastados. O período de férias deles acabou e fizemos uma suspensão do contrato. Eles nem poderiam trabalhar, por serem do grupo de risco. Nós, supermercados de Belo Horizonte, estamos seguindo à risca o decreto municipal, de não deixar as pessoas entrarem sem máscara. É raridade pessoas irem sem máscara fazer compras.

Fizemos restrição da quantidade de clientes na loja. A cada 13 m² de superfície de área de vendas, pode entrar um cliente, ou seja, em uma loja de 1.300 m², podem entrar 100 clientes simultaneamente. Isso tem funcionado bem.

Mas pedimos aos consumidores de Minas Gerais para escolherem horários e dias alternativos para irem ao supermercado. Aquele hábito de fazer compra só sexta e sábado, não. Venha na segunda, na terça, na quarta-feira, em horários diferentes, na parte da manhã e pós-almoço. A primeira hora de abertura é dedicada a idosos e gestantes, que o risco é menor

Essa proteção toda, a higienização dos carrinhos com álcool em gel, o álcool para clientes e funcionários atendem a consumidores e colaboradores. 

A procura nos postos de combustíveis diminuiu, logo, o preço caiu, até porque o preço do barril de petróleo despencou. Supermercados deveriam seguir a mesma ideia? Um leitor diz que alguns produtos dobraram de preço. 

Eu não tenho notícia de produtos dobrarem de preço. Houve aumento, sim, principalmente no arroz, óleo de soja, feijão, ovos e leite. Justamente por causa da demanda, o preço de muitos derivados de leite, como queijo Minas e mussarela, caiu. É igual ao combustível: infelizmente, os restaurantes e lanchonetes e estão fechados e consomem menos mussarela, então o produtor diminuiu o preço para tentar vender mais.

Nós somos repassadores: se a indústria e o produtor vêm com oportunidade de preço menor, por que não vamos repassá-lo ao cliente? Queremos sempre vender mais, dependemos da escala de vendas para redução do preço e para termos lucro, porque nossos custos não param de crescer. O custo para alimentar funcionários, por exemplo, aumentou. Temos dado máscaras de pano para a nossa equipe toda trabalhar, favorecendo costureiras, compramos muitas máscaras de uma cooperativa de Moeda.

Temos que nos reinventar também, porque tem máscaras de pano de variados preços. Estamos vendendo protetores de acrílico nas lojas. É tudo uma engrenagem. Se qualquer produtor ou indústria nos oferecer o menor preço, vamos comprar e vamos abaixar o preço para o consumidor e vamos querer vender mais. 

Quais são os horários de menor movimentos nos supermercados?

Ou de manhã cedinho, após o horário para idosos (das 8h às 9h) ou depois do almoço. O maior problema que temos hoje, de segunda a sexta, é o horário de pico, das 17h às 20h, principalmente entre quinta e sexta.

Tivemos que fechar o supermercado às 20h, diminuindo o horário de funcionamento em duas horas, e isso faz mais gente concentrar. Pode acontecer de alguém se aglomerar do lado de fora da loja. Mas, neste final de semana, nas lojas do Verdemar, não houve esse tipo de problema, e acho que nenhum outro supermercado teve.

As pessoas estão se conscientizando, olhando os horários e dias de funcionamento. Sentimos uma retração de venda no domingo, porque acho que as pessoas já não querem sair aos domingos. No Verdemar, sempre tivemos grande movimento, mas, nos últimos três, sentimos uma queda. As pessoas não têm mais necessidade de correr tanto, porque antes havia muita gente trabalhando durante a semana. Não há falta de produtos e as lojas estão tranquilas. 

Os supermercados são a ponta da cadeia produtiva. Essa pandemia vai ter efeitos adiante, principalmente na renda, devido à perda de empregos. E vai haver pressão de preço dos fornecedores, que vão querer repor algum prejuízo. Como vão lidar com isso? Qual é a expectativa para daqui 90 dias?

Eu torço pelo Brasil, eu torço por todos. Temos que pensar no bem-estar das pessoas, não podemos pensar só coisas negativas, temos que acreditar que vamos sair dessa, e tem que ser rápido. Infelizmente, as previsões não mostram essa velocidade. Não vemos ninguém acertar as previsões, então ficamos apreensivos.

Em primeiro lugar, não é na pandemia, e nem depois, é uma prática dos supermercados o tempo inteiro com os fornecedores: o tempo inteiro, existe essa briga para comprar e vender mais barato. O setor supermercadista é muito concorrido. Vende quem dá mais conforto e atende melhor, mas, acima de tudo, tem que ter preço. Os preços têm que ser equilibrados entre os supermercados. Estamos nessa briga o tempo inteiro, de pedir aos fornecedores de comprar mais quantidade por um preço melhor, colocar um preço melhor na ponta.

Essa é a relação do dia a dia, e isso não vai se perder. Pelo contrário, pode se acirrar. Mas, por outro lado, tem o produtor e o industrial que precisam ganhar e sobreviver. A relação com eles não é de esmagá-los. Queremos o melhor preço possível para vender no melhor preço possível. Mas a cadeia toda tem que se sustentar.

Em alguns momentos, infelizmente, essa cadeia desequilibra - mas tomara que essa crise não seja tudo o que estão falando que será. Infelizmente, na maioria das vezes, quem sofre mais é o produtor. Não é por nossa causa. Essa relação da indústria, de demanda e de venda é o que manda no mercado.

Sabemos que, em um ou dois meses, é entressafra de leite. mas neste ano choveu muito, então esperamos que o leite não vá subir. E não estamos tendo consumo alto, o consumo está regular. Se a produção de leite cair por seca, é natural que o preço vá subir. Esse é o equilíbrio do mercado, não são os supermercados que mandam. 

Um leitor diz que, principalmente nos supermercados mais populares, há muitos funcionários sem máscara. A Amis tem ações para cuidar disso?

A Amis dá instruções, uso de máscara faz parte do decreto municipal. Nem os colaboradores, nem os clientes podem deixar de usá-las, e a fiscalização faz parte do setor público. Muitos supermercados colocaram proteção de acrílico nos caixas também. A instrução da Amis é seguir o decreto municipal.

Acho que esses (erros) são uma exceção. Está todo mundo se mobilizando e querendo atender bem o cliente, dependemos dessas vendas. Do que adianta o trabalhador atender sem máscara? O cliente não vai à loja. Não faz sentido o cliente ir ao supermercado onde o trabalhador está sem máscara. O consumidor é que tem que escolher e enxergar isso.

E também contamos com a colaboração de ele vir de máscara às lojas. Essa consciência está mudando muito. Essa preocupação é uma segurança para todos. 

Live do Tempo: programação da semana

A Live do Tempo começa às 14h, diariamente, e pode ser acompanhada em todos os canauis do portal O Tempo

  • Quarta-feira (29): presidente do Sindicato das Agências de Propaganda de Minas Gerais (Sinapro-MG), André Lacerda
  • Quinta-feira (30): presidente da Unimed-BH, Samuel Flam

Onde acompanhar: