Investigação

Suspeita de febre maculosa

Gerente de tecnologia morreu nessa semana, em Belo Horizonte, com o diagnóstico da doença

Por VINÍCIUS D’OLIVEIRA
Publicado em 04 de julho de 2013 | 03:00
 
 

Foram 16 dias entre a infecção, o aparecimento dos sintomas e a morte por falência múltipla de órgãos causada pela febre maculosa, segundo o laudo médico. O gerente de tecnologia da informação Alysson Ribeiro de Miranda, 42, teria contraído a doença após ser picado por um carrapato-estrela – comum em animais domésticos, como cavalos e bois, e selvagens, como as capivaras – contaminado com a bactéria causadora da febre maculosa. A família afirma que Miranda foi infectado durante um passeio com a família no Parque Ecológico da Pampulha, em Belo Horizonte.

No último dia 16, Miranda, a mulher, Givanilda Correia, 31, e o filho de 6 anos passaram o domingo no parque. Os três foram picados por carrapatos, mas a doença só evoluiu no gerente de tecnologia, e os sintomas começaram a aparecer dez dias depois. “Ele comentou que havia sido picado por carrapatos alguns dias antes e reclamou de dores. No dia seguinte, não veio trabalhar, e soubemos que estava com febre”, contou a colega de trabalho Anna Ávila.

No último dia 27, Miranda buscou atendimento no Posto de Saúde Santa Amélia, na Pampulha, onde a doença teria sido tratada inicialmente como dengue. “Ele fez um exame de sangue e voltou para casa orientado a tomar soro e ficar em repouso”, lembrou a cunhada dele, Simara Correia. Porém, o estado de saúde de Miranda continuou piorando. O resultado do exame mostrou que o paciente poderia ter algo mais grave, e, na noite do dia 28, ele foi orientado a procurar ajuda na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Santa Terezinha. O paciente passou a noite no local e, no último sábado, foi transferido para o Hospital Nossa Senhora Aparecida, na região Nordeste da capital, onde a febre maculosa teria sido diagnosticada pelos médicos.

Miranda foi internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e morreu na noite da última segunda-feira, após passar por sessões de hemodiálise, que não melhoraram o quadro clínico dele.

Reclamação. Para parentes e amigos, a presença das capivaras na orla e no entorno do Parque Ecológico permitiu o contágio. “É um local público, e deveria ter placas alertando para o risco de contato com os animais”, analisou Simara.