Crime em Nova Lima

Suspeito de matar a mulher em Minas é preso na Bahia seis anos após o crime

Homem foi localizado em Livramento de Nossa Senhora; ele responderá por homicídio qualificado e ocultação de cadáver

Qua, 25/09/19 - 09h55
Suspeito de matar a mulher foi preso na Bahia | Foto: Cristiane Mattos/O TEMPO

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Um homem suspeito de matar a mulher em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi preso seis anos depois de cometer o crime, em uma cidade no interior da Bahia.

O dono de bar de 44 anos era procurado pela Polícia Civil de Minas desde 2015 pela morte da mulher dele, a funcionária de restaurante Maria Cláudia Franco Pinto, com 26 anos em 2013, época em que teria sido assassinada em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Até hoje, o corpo não foi localizado, segundo a Polícia Civil.

Suspeito de homicídio e ocultação de cadáver, o homem foi preso pela polícia mineira na terça-feira, na cidade baiana de Livramento de Nossa Senhora, e conduzido de avião para Belo Horizonte na manhã desta quarta. A operação para prender o suspeito teve apoio da polícia daquele Estado.

 

De acordo com a delegada regional de Nova Lima, Valéria Decat, o casal saiu de Medeiros Neto, no Sul da Bahia, para começar uma vida nova no distrito de Água Limpa, em Nova Lima, uma vez que os dois tinham saído de outros relacionamentos. No entanto, Rubens já tinha um histórico de violência com a mulher anterior dele e passou a ser agressivo também com Maria Cláudia, por conta de ciúmes.

Em 2013, uma amiga de Maria Cláudia registrou o desaparecimento dela na delegacia do bairro Jardim Canadá, em Nova Lima. A mãe da vítima também acionou o Ministérios Público da Bahia.

O carro do suspeito foi localizado duas semanas depois do sumiço da vítima. Estava escondido na casa de uma irmã dele que também morava em Nova Lima. Dentro do carro, a polícia encontrou um brinco que a vítima usava no dia que sumiu, segundo a amiga, e também havia vestígios de sangue no veículo.

O delegado responsável pelo caso, Murillo Ribeiro, de Nova Lima, conta que o casal tinha um relacionamento conturbado. "A vítima relatou para uma testemunha que somente estava vivendo com o Rubens porque ele ameaçava matar o ex-marido e a filha dela do relacionamento anterior ", contou o delegado.

O policial acredita que o corpo da vítima tenha sido jogado na zona rural de Nova Lima. “O carro dele tinha muito poeira”, afirmou.

Ainda de acordo com o delegado, Rubens já respondia por agressão no estado da Bahia, cometida contra a primeira mulher dele, com quem tem uma filha. “Ele é foragido da polícia desde 2015”, afirmou o delegado. “Por anos,e anos e anos nós diligenciamos por diversos endereços, até que chegou a informação de que ele estaria em Livramento de Nossa Senhora, cidade que fica a 750 quilômetros de Medeiros Neto, cidade natal do autor e vítima”, disse o delegado.

Em Medeiros Neto, Rubens estaria jurado de morte pela família da vítima. Em Livramento de Nossa Senhora, ele já estava vivendo com uma terceira mulher. “Essa atual mulher ficou muito surpresa quando mostramos o mandado de prisão e a razão que ele estava sendo preso. O casal estava junto havia pouco tempo. A Polícia Civil vai continuar com as investigações. Vamos interrogá-lo formalmente e tentar informações com ele da localização do corpo”, disse o delegado. Em Livramento de Nossa Senhora, o suspeito havia montado um outro bar.

Confissão

Na viagem de volta para Belo Horizonte, o avião da Polícia Civil pousou em Montes Claros, no Norte de Minas, para pernoitar. Foi quando Rubens teria dito que revelaria o local onde jogou o corpo da mulher somente na presença de um advogado. “Quando ele foi informado do mandado de prisão, percebemos no semblante dele que ele ficou muito preocupado e disse que somente iria se manifestar na presença do seu advogado”, disse o delegado. “Ele está ciente da acusação de homicídio e de ocultação de cadáver”, completou. 

Em Belo Horizonte, ao desembarcar no hangar da Polícia Civil de Minas, no Aeroporto da Pampulha, o suspeito Rubens disse “que não fez nada”. “Vou falar em juízo”, afirmou. Ele negou ter matado a mulher dele. “Nunca fugi da polícia, não. Eu trabalhava em Livramento no comércio. Não sei onde está a Maria Cláudia”, disse o suspeito.

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