Distrito de Ouro Preto

Suspeito de matar mulheres é detido, tem DNA colhido e acaba liberado

O homem de 26 anos foi detido na noite desta terça-feira (25) pela Polícia Militar (PM) após denúncias de moradores de Antônio Pereira; suspeito cumpriu pena por estupro desde 2009 e foi solto há pouco mais de quatro meses

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 26 de outubro de 2016 | 14:36
 
 
Distrito tem pouco mais de 3.500 habitantes Foto: Uarlen Valerio

Um suspeito de assassinar duas mulheres em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto, na região Central do Estado, que tem pouco mais de 3.500 habitantes, foi conduzido pela Polícia Militar (PM) na noite desta terça-feira (25). Após ser levado para a delegacia, o homem de 26 anos, que tinha vários arranhões pelo corpo e deu versões contraditórias sobre onde estaria nos dias dos crimes, foi ouvido, cedeu material genético para comparação com o DNA colhido nas vítimas, e acabou liberado. O exame que pode comprovar o envolvimento nos crimes só deve ficar pronto em 30 dias.

Os dois corpos foram encontrados na manhã do último domingo (23) por testemunhas que passavam por uma região de trilhas chamada Gruta da Lapa. O Corpo de Bombeiros foi acionado e, junto com os policiais, descobriram os corpos de Caetana Aparecida Felipe Melchiades, 47 anos, e Ingrid Michelle Rosa, 34. Elas estavam nuas e enterradas em covas rasas a poucos metros de distância uma da outra. Os pertences estavam próximos dos corpos, o que auxiliou na identificação. A mais nova das vítimas estava desaparecida há onze dias, informou a Polícia Civil.

As informações da PM dão conta que uma viatura já fazia buscas pelo autor do duplo homicídio, que deixou a população do pequeno distrito assustada, quando por volta das 18h30 receberam uma denúncia de que um possível autor dos crimes estaria no km 113 da rodovia MG-129, na altura do distrito. 

Ao chegarem no local indicado, o jovem foi questionado sobre onde estaria no sábado (22) e no domingo, dia que os corpos foram encontrados, sendo que ele alegou que em ambas as datas estava em um bar. Entretanto, ao ser indagada, a mãe do homem afirmou que ele teria ficado em casa o tempo todo. 

Ainda conforme a PM, no bar testemunhas contaram que no primeiro dia ele não esteve no estabelecimento, mas que, no dia das mortes, ele passou pelo local. Entretanto, o suspeito teria saído de lá conversando ao telefone justamente no suposto horário dos assassinatos das mulheres. Na versão do homem, desde o sábado ele estaria sem o telefone, que quebrou. 

No diálogo com os policiais, o jovem teria dito que saiu do bar e foi para casa, mas que não sabia que horas isso aconteceu por estar embriagado. 

Arranhados

Após notarem que o homem apresentava diversos ferimentos semelhantes a arranhados pelo corpo, os policiais resolveram questioná-lo, que respondeu afirmando que teria voltado para casa de carona em um caminhão, e que teria caído do veículo. Diante da situação, os moradores do local tentaram agredir o suspeito, que foi levado então pelos policiais à delegacia. 

Já diante do delegado, pressionado por os ferimentos serem incompatíveis com a versão da queda, ele acabou mudando mais uma vez a versão, desta vez alegando que teria se envolvido em uma briga. 

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil (PC), pelo fato de o período de flagrante já ter vencido, o jovem não poderia ser preso. Entretanto, ele aceitou ceder material genético, que será comparado com o DNA colhido nas vítimas. Ainda conforme a corporação, o resultado do exame deve ficar pronto dentro de 30 dias. 

Conforme o delegado regional de Ouro Preto, Rodrigo Bustamante, o suspeito afirmou que já foi preso por estupro e que saiu há pouco tempo do presídio. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), ele ficou detido no sistema prisional do dia 4 de maio de 2009 até 14 de junho deste ano, há quatro meses atrás. 

Atualizada às 17h45