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Suspeitos de insultos racistas não atacaram apenas casal de Muriaé

As investigações deram conta de que eles também fizeram outras vítimas na rede, dirigindo ofensas do mesmo teor a pessoas negras

Ter, 02/09/14 - 15h34

Os suspeitos do crime de racismo praticado por meio de uma rede social podem estar envolvidos em outros crimes de mesmo teor. O caso dos insultos dirigidos a uma jovem negra que postou uma foto no Facebook com o namorado, que é branco, em Muriaé, na Zona da Mata de Minas Gerais, continua sendo investigado.

Segundo o delegado Eduardo Freitas da Silva, é possível que o trabalho de investigação seja realizado em parceria com a Polícia Civil de São Paulo, já que foi constatado que a maioria dos suspeitos é de lá.

Foram levantados cerca de 50 suspeitos, entre homens e mulheres, com idade entre 15 a 20 anos, e os insultos ao casal de Muriaé, não foram um caso isolado. “De acordo com o nosso levantamento, esse grupo já atacou outras pessoas, com os mesmos insultos de cunho racista e palavras injuriosas. Mas nestes casos, as vítimas não quiseram se identificar nem denunciaram esses ataques”, explicou o delegado.

Os suspeitos ainda não foram ouvidos e o caso continua sendo investigado. Mais detalhes sobre o trabalho da polícia não estão sendo divulgados para não atrapalhar as investigações, que continuam.

O caso

No dia 17 de agosto, a jovem D.M., que é negra, postou no Facebook uma foto em que aparece com o namorado, L.F, que é branco. A postagem despertou imediatamente uma sequência de comentários racistas como o do perfil Capivara Vuadora, que postou: "Onde comprou essa escrava?", "Me vende ela", "Café com leite".

As ofensas fizeram com que a vítima retirasse sua página pessoal do ar. No dia 26 de agosto ela registrou a ocorrência e no dia seguinte, prestou depoimento na delegacia. 

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