Febre Maculosa

Técnicos fazem visitas noturnas a matas de Contagem em combate a carrapato

O trabalho de pesquisa tem como objetivo a elaboração de um plano de manejo das capivaras da região

Por Franco Malheiro
Publicado em 24 de junho de 2019 | 13:27
 
 
Rua foi isolada para aplicação de cal Foto: Alex de Jesus

Uma equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente de Contagem realiza, na noite desta segunda-feira (24), uma visita a uma mata em área limítrofe dos municípios de Contagem e Belo Horizonte, atrás do Jardim Zoológico, para saber se há capivaras na região. O trabalho de pesquisa tem como objetivo a elaboração de um plano de manejo desses animais que são hospedeiros do carrapato-estrela, vetor da febre maculosa.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, até a última sexta-feira (21), foram notificados 65 casos na cidade, sendo seis já confirmados com quatro óbitos causados pela doença. 

Segundo o diagnóstico apresentado pelo programa de manejo de capivaras de BH, há probabilidade de haver capivaras no local, que não passaram pela castração do programa. Será o sétimo estudo de campo e o terceiro noturno, além disso, foram feitos quatro sobrevoos de drone na região da divisa entre os dois municípios, desde que mortes foram registradas no Bairro Vila Boa Vista, em Contagem.

“Estamos tentando identificar outros bandos que não estejam sendo monitorados, por isso esse trabalho de visita às matas e às margens de córregos, além do sobrevoo com drone. A partir desse levantamento, teremos um quantitativo aproximado de animais e com isso poderemos estabelecer um plano de manejo para fazer o acompanhamento eficaz”, o secretário de meio ambiente de Contagem, Wagner Donato. 

O secretário contou que a princípio está previsto um plano de manejo aos moldes do que foi realizado com os animais localizados na região da Pampulha, mas não foram descartadas outras alternativas. 

“Com o relatório em mãos poderemos traças nossas estratégias. A princípio, estamos prevendo a apreensão desses animais para aplicação de carrapaticida, castração para evitar a reprodução, e a colocação de chips que nos permitirão monitorá-los depois, assim como foi feito em Belo Horizonte”, apontou.

“Mas isso só será traçado com o relatório em mãos, outra alternativa seria a captura desses animais e transferências para outro local. No entanto, qualquer medida tomada necessita de uma autorização do Ibama e total respeito à legislação ambiental, tanto federal como estadual”, ponderou o secretário. 

De acordo com Donato, até o momento, foram identificados apenas dois animais na região. Por isso, a força tarefa intensificou os trabalhos noturnos com objetivo de encontrar mais animais, já que à noite é o período que as capivaras saem para se alimentar.

“Tivemos contatos com apenas dois animais. A noite esses animais saem para buscar alimento, por isso acreditamos que vamos encontrar outros. Nas primeiras visitas noturnas, os técnicos identificaram pegadas de capivaras às margens do córrego Água Branca”, relatou.

Cavalos

Outros hospedeiros do carrapato vetor da febre maculosa são os cavalos. De acordo com o secretário do meio ambiente, a aplicação do carrapaticida nesses animais também faz parte do conjunto de ações de combate à doença. 

“Esse trabalho de aplicação nos cavalos é importantíssimo porque o veneno nos cavalos além de combater os carrapatos que estão proliferando nele, o animal leva o carrapaticida para a vegetação onde pasta”, ressaltou.

“Então temos que ter esse cuidado de monitorar esses animais. Estamos cadastrando todos os cavalos da região, fizemos o levantamento das famílias e carroceiros que têm a posse desses animais, e quinzenalmente está sendo realizada a aplicação do carrapaticida, em dois ecopontos da cidade”, concluiu o secretário.