Minha Casa, Minha Vida

Traficantes tomam moradias populares em Juiz de Fora, segundo denúncia

Caixa Econômica Federal, gestora do programa federal, recebeu informação e solicitou à Polícia Civil que tome "providências urgentes"

Qui, 11/09/14 - 14h10

Moradores de um grande conjunto habitacional do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida na zona Norte de Juiz de Fora, na Zona da Mata, estão sendo expulsos de suas moradias por traficantes de drogas, segundo denúncia recebida pela gestora do programa, a Caixa Econômica Federal (CEF). O órgão solicitou à Polícia Civil da cidade, nessa quarta-feira (10), que investigue a situação.

Senhor delegado, a Caixa Econômica Federal, através da área de segurança empresarial (GISEG/BH), vem trazer ao conhecimento dessa autoridade policial a denuncia recebida por meio do serviço de atendimento ao cliente, a cerca de possíveis práticas de ações delituosas no empreendimento residencial Parque das Águas, no bairro Monte Castelo; segundo a denúncia, moradores estariam sendo ameaçados e tendo que deixar suas casas por conta do tráfico que ocupa clandestinamente as casas para tal prática delituosa, inclusive, informaram o nome de um suposto chefe do trafico de nome R

(sem maiores dados) e que um dos alvos foi imóvel na rua Jacira Sobreira da Silva e o suposto traficante á rua Silvio P. Amaral, 65. Que outras unidades já foram tomadas também, invadidas por usuários e traficantes. Diante do exposto, solicito providências urgentes.

Ao receber o comunicado da CEF, o titular da 3ª Delegacia de Juiz de Fora, delegado Rodolfo Ribeiro Rolli, informou que já investiga a situação no residencial Parque das Águas, no bairro Monte Castelo, há cerca de dois meses, mas que encontra dificuldades para intervir contra o crime, já que as pessoas não prestam queixa.

"Eu só tenho as denúncias anônimas. A região tem um índice de criminalidade altíssimo e, para pedir um mandado de busca e apreensão à Justiça, preciso de um levantamento dos fatos, mas as pessoas têm medo de represálias", justificou.

De acordo com o delegado, cerca de 600 famílias vivem no local e muitas delas têm "deixado" suas casas para os bandidos, que as transformam em espaço de encontro de criminosos, além de pontos de venda de entorpecentes. Há, ainda, a informação de que dois bares tenham sido abertos no local, como fachada para a venda de drogas.

Alguns moradores também estariam infringindo o contrato com a CEF, por estarem vendendo suas moradias, antes de quitarem os imóveis.

Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que encaminhou à autoridade policial responsável as informações recebidas por meio do programa “De Olho na Qualidade”, que tem objetivo de atender aos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida com a opção de denúncia, sugestão, reclamação e elogio. O telefone é  0800.721.6268 e a ligação é gratuita.

"A CAIXA esclarece que, nos casos em que a expulsão da família por ação criminosa for comprovada pela investigação policial, o banco suspenderá as prestações até que a família seja realocada na unidade", diz o comunicado.
 

Atualizada às 17h02

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