Sul

Três mortes depois de partos em Poços de Caldas são apuradas

Óbitos ocorreram no intervalo de um mês em dois hospitais diferentes

Sáb, 06/12/14 - 03h00
Vista aérea. Poços de Caldas tem aproximadamente 150 mil moradores e está a 460 km da capital | Foto: DENILTON DIAS / O TEMPO

A Secretaria Municipal de Saúde de Poços de Caldas, no Sul do Estado, investiga a morte de três mulheres que tiveram partos nas maternidades da Santa Casa e do Hospital Pedro Sanches, na cidade. Há suspeita de que os óbitos, que ocorreram em intervalo de um mês, tenham sido causados por infecções hospitalares. Secretária municipal de Saúde, Fátima Livorato garante que os hospitais são seguros.

Larissa Mariana David de Souza, 18, e Mariana Justino Mendonça, 25, morreram após dar à luz na Santa Casa. O nome da mulher que morreu no outro hospital não foi divulgado. Apesar das mortes seguidas, a secretária afirma que os casos são diferentes e que não há suspeita da ação de uma superbactéria resistente a antibióticos.

“Tivemos notícia do evento (primeira morte) que aconteceu no início do mês de novembro. Essa paciente foi a óbito por uma infecção generalizada; ela foi submetida a uma cesárea, teve alta, foi para casa e voltou com essa infecção. No segundo caso, a mulher foi a óbito no dia 30, quase 30 dias depois do primeiro”, contou.

De acordo com ela, a Vigilância Sanitária observou que um caso não tem ligação com o outro. “O segundo foi um parto normal, em que a mãe não passou por procedimento cirúrgico. Foram bactérias diferentes. Não há evidência de infecção hospitalar por bactérias resistentes a antibióticos”, afirmou Fátima.

“Todos os hospitais de Poços de Caldas têm comissão de controle hospitalar atuantes. Não há nenhuma evidência para que haja preocupação. Temos que tranquilizar a população. As pessoas podem continuar indo aos hospitais sem problema nenhum. São eventos distantes, com condições diferentes e com bactérias distintas”, disse.

O resultado da investigação do comitê da Secretaria de Saúde do município deve sair entre 60 e 90 dias. Como os parentes das vítimas não procuraram a Polícia Civil para registrar ocorrência, não há inquérito aberto, segundo a corporação. A reportagem não conseguiu contato com as famílias. 

Flash 1

A Secretaria de Estado de Saúde informou que cabe ao município a investigação dos casos e que o Estado só intervém se for solicitado pela administração municipal ou pelos hospitais.

Flash 2

Sem se pronunciar especificamente sobre os casos, a Vigilância Sanitária na cidade informou que mantém trabalho constante e regular nos ambientes hospitalares do município.

Respostas

Santa Casa. O hospital informou, em nota, que não houve surto de bactéria na maternidade. Segundo a comissão interna que investiga as mortes, as bactérias responsáveis pelos óbitos já foram identificadas, e em nenhum dos casos trata-se de “germe hospitalar multirresistente”.

Pedro Sanches. Também em nota, o hospital informou que a morte da paciente foi causada por síndrome de Hellp – que não é infecção. A doença ocorre devido a uma complicação no parto, causada por pressão alta adquirida na gestação.

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