No Centro-Oeste de Minas

Trio de Itaúna é suspeito de fraudar empresa aérea em mais de R$ 8 mi

Empresários teriam invadido sistema de empresa que trabalha com resgate de milhas, transferindo os pontos, vendendo ou resgatando passagens aéreas; um deles tem agência de viagens, outro é dono de provedor de internet

Ter, 03/03/15 - 17h08

Três empresários de Itaúna, no Centro-Oeste de Minas, são investigados por crime de estelionato contra uma empresa responsável por resgatar e realizar a troca de pontos de cartões de crédito por milhas. O prejuízo para as empresas aéreas superam R$ 8 milhões.

De acordo com o delegado Weslley Amaral de Castro, as investigações acontecem em paralelo com a Polícia Civil dos estados de Pernambuco e Piauí. "O golpe vem sendo aplicado desde julho de 2014, e há cerca de um mês nós demos início à investigação. Um deles tinha a função de invadir o sistema da empresa que faz o resgate das milhas, alterando senhas e emails. O segundo, dono de uma agência de viagens em Itaúna, comercializava essas milhas, vendendo, transferindo ou trocando por passagens aéreas. O último deles ainda não teve participação definida no grupo, porém um dos acessos foi feito do seu computador", explicou.

A participação das polícias de estados do Nordeste, se deu depois ser constatada a amizade e contato de um dos suspeitos com pessoas da região por meio das redes sociais.

Ainda segundo o delegado, todos negam participação no esquema, e nenhum deles tem passagens por crimes. "Eles são empresários em Itaúna. Um é o dono da agência de viagem; outro é sócio do dono da agência em uma loja de roupas; o terceiro é dono de um provedor de internet, e é um exímio conhecedor em criptografia", detalhou Amaral.

Na última sexta-feira (27), nas casas e empresas dos investigados, foram apreendidos três notebooks, 39 HDS, quatro pendrives, 12 smartphones, 13 modems, dois Xbox 360, duas máquinas de cartão, um tablet, um Ipad e um veículo importado. "Em um dos pendrives nós encontramos a pasta 'Esquema Multiplus', que é o nome da empresa lesada. O carro não apresentava qualquer pendência, mas foi apreendido para uma busca minuciosa, para ver se há compartimentos secretos", disse o delegado.

Outro detalhe apontado pela investigação é que parte do patrimônio dos suspeitos está em nome de terceiros, o que pode indicar ainda os crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa, além do estelionato.

No entanto, a Polícia Civil informou que as provas ainda são incipientes para pedir a prisão do trio. Todo material apreendido será enviado para o Instituto de Criminalística, em Belo Horizonte, e os trabalhos da perícia podem levar até um ano.
 

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