Rua Cabo Verde

Umidade no solo atrasa fim de obra no Cruzeiro 

Cratera já tinha sido fechada, mas trabalho ainda terá que ser refeito

Por aline diniz
Publicado em 25 de outubro de 2014 | 04:00
 
 
Cronograma. Tráfego deve ser liberado até fim da próxima semana, diz operário da intervenção JOAO GODINHO / O TEMPO

Como se não bastasse a espera por mais de dez meses, os moradores da rua Cabo Verde, no bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte – onde uma cratera se formou no fim do ano passado –, vão precisar aguardar por ao menos mais uma semana para que a recuperação da via seja concluída.

Segundo funcionários da obra, a previsão era que a intervenção fosse concluída até neste domingo, mas foi preciso reabrir o buraco após eles perceberem que havia muita umidade no local. O problema começou em dia 24 de dezembro de 2013, quando a via se rompeu e um murro de arrimo desabou no local.

Um operário da obra informou, sob anonimato, que os funcionários chegaram a fechar o “buraco” que abriram para consertar o estrago e que o próximo passo seria colocar o asfalto, mas a obra precisou ser refeita. “Construímos um dreno para retirar a água. Agora, vamos colocar pedras e terra e depois asfaltar”, explicou.

O operário informou ainda que não havia alternativa. “Era necessário refazer (os trabalhos) para que o pavimento aguentasse o tráfego pesado de ônibus”, disse. A previsão, segundo o funcionário, é que a pista seja liberada até o fim da próxima semana.

Transtornos. A demora para a conclusão da intervenção é uma falta de respeito com moradores da rua e usuários da via, segundo a bancária Selma Carvalho Costa de Lacerda, 49, que mora em um prédio em frente à cratera. “(O atraso) é um atestado de incompetência. A prefeitura não fiscaliza adequadamente a obra”, disse. Ela reclama que a poeira causa tosse e sujeira na casa. “Estou com o peito cheio, e não adianta passar pano na casa porque o chão volta a ficar sujo em pouco tempo”, reclama.

Também morador da rua Cabo Verde, o estudante de engenharia mecânica Gustavo Amorim, 20, conta que não consegue usar a garagem do prédio por causa das intervenções. Segundo ele, às vezes, ocorrem “picos de energia e falta de água” na região.

A comunidade local teme que a chegada do período chuvoso atrapalhe as obras. “Se começar a chover, a via vai ficar intransitável. As pessoas que moram na rua Cabo Verde parecem estar ilhadas”, resume a aposentada Maria Helena Campos, 66.

Justificativa
Atraso.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital informou em nota que o atraso nas obras se deve a embargo judicial, em resultado de ação proposta por moradora. 

Empresa troca base de drenagem, diz Sudecap

Em nota, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que acompanha as obras de recuperação da rua Cabo Verde, no bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul da capital, feitas pela Edifica Empreendimentos e Arquitetura e Engenharia, que teria causado o dano. Segundo a pasta, a empresa está realizando escavações no local para substituir o material da base de drenagem por outro, com mais capacidade de absorção, uma vez que se trata de região com solo muito úmido.

A reportagem de O TEMPO telefonou quatro vezes para a empresa para conversar com o engenheiro responsável pela obra, Gustavo Lourenço Valadares Gontijo, mas foi informada de que o profissional não estava na empresa. Ele não retornou as ligações.