Visita Técnica

Unesco avalia positivamente conjunto arquitetônico da Pampulha

Afirmação é do prefeito Marcio Lacerda, em reunião na manhã desta sexta-feira (2); concessão do título de Patrimônio Cultural da Humanidade depende de cronograma e cumprimento de metas; Iate Tênis Clube ainda é um entrave

Sex, 02/10/15 - 12h23

É grande a expectativa de o conjunto arquitetônico da Pampulha, finalmente, receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O prefeito de Belo Horizonte se reuniu na manhã desta sexta-feira (2) com representantes do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Fundação Municipal de Cultura, Copasa e com a imprensa para falar sobre as impressões da Unesco, após visita técnica à capital.

Conforme Marcio Lacerda, as expectativas são boas, uma vez que não houve qualquer tipo de restrição ou exigência por parte da comissão. O prefeito admitiu que há muita coisa para ser feita, mas que a concessão do título não depende de que 100% das obras estejam concluídos, mas, sim, que haja um cronograma e que as metas sejam atingidas.

O principal entrave, no entanto, é o Iate Tênis Clube, que faz parte do conjunto, mas é de administração privada. O prédio, desenhado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, precisa ser revitalizado, assim como os jardins do paisagista Burle Marx. Obras do artista plástico Cândido Portinari também compõem o acervo do Iate. 

As reformas devem custar cerca R$ 8 milhões, com recursos da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), governo do Estado e União. Em contrapartida, o que a prefeitura exige do clube é que o espaço seja aberto para visitação pública - em dias e horários determinados -, pontuou o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira.

Obras

De acordo com a Diretoria do Conjunto Moderno da Pampulha, além do Iate Tênis Clube, faltam ainda as obras do Museu da Pampulha e da Igreja de São Francisco de Assis, a Igrejinha da Pampulha. Para a reforma do Museu e Igrejinha serão usadas verbas do PAC das Cidades Históricas, cujo os recursos já foram liberados, dependendo apenas do processo de licitação.

Para a despoluição da lagoa, tratamento da água, a PBH já tem verba, porém o trabalho só terá início quando for definitivamente tratado o problema do esgoto, ainda descartado na lagoa.

Sobre o esgoto, a Copasa informou que já faz um trabalho junto aos moradores e que o projeto de despoluição está adiantado. Cerca de 90% do esgoto já não estariam sendo descartados no espelho d'água. Essa obra é uma parceria da empresa com as prefeituras de BH e Contagem.

O conjunto Arquitetônico da Pampulha é o único candidato brasileiro ao título concedido pela Unesco, constava na lista indicativa do Brasil desde 1996, mas apenas a partir de 2012 a prefeitura retomou a campanha de forma mais intensa. 

Se aprovada, a Pampulha receberá o título de Patrimônio Cultural da Humanidade em julho de 2016.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.