Na parede

Unesco entrega certificado de título mundial à Pampulha

Presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Leônidas Oliveira afirmou que objetivo é deixar um dos três certificados exposto na Casa do Baile

Qua, 17/08/16 - 20h39

Escrito em inglês e emoldurado, o certificado de reconhecimento do Conjunto Moderno da Pampulha como Patrimônio Cultural da Humanidade foi oficialmente entregue nessa quarta-feira (17) pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco). O título qualifica os quatro bens projetados pelo arquiteto – Iate Tênis Clube, Igrejinha, Casa do Baile e Museu de Arte da Pampulha – como paisagem cultural moderna, a primeira do país.

O documento foi entregue em três cópias para o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, e o Ministro da Cultura Marcelo Calero. A ideia do presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Leônidas Oliveira, é deixar um desses quadros expostos na Casa do Baile. “Se é um bem da população, todos têm que ter acesso não é?”, analisou ele.

O certificado da Unesco vai ser pregado na parede, mas isso não basta para mantê-lo. Será preciso esforço dos três entes que receberam o certificado – federal, estadual e municipal – para segurar o título mundial, preservando o Conjunto Moderno da Pampulha. No evento simbólico, estavam todos lá para prometer recursos. “Os mineiros podem ter a garantia desse ministro de ajuda a todos os patrimônios”, afirmou Marcelo Calero. “Um título que é dado, mas pode ser revisto, então fica o alerta para que a gente tenha como missão a preservação desse lugar fabuloso. Isso está entre nossas prioridades”, completou ele.

A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(Iphan),  Kátia Bogéa, informou que estão assegurados R$ 96 milhões para este ano, mas são para obras em patrimônios de todo o país. “Em Minas Gerais, temos a igreja da Conceição de Ouro Preto e projetos já contratados...”, disse e saiu para a cerimônia antes de terminar a fala.

O prefeito Marcio Lacerda, dessa vez, já não falava em força-tarefa para limpeza da lagoa, como fez há um mês, quando do anúncio do título. Mas lembrou que tem R$ 100 milhões de fundo internacional para utilizar na Pampulha.

Tombamentos

Antes da cerimônia de entrega do título, o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural da cidade se reuniu para votar a respeito da casa na Alameda das Palmeiras, 444, no bairro São Luiz, na Pampulha. A residência da década de 1950, do médico Alberto Dalva Simão, amigo do prefeito Juscelino Kubitschek e fundador do bairro, foi toda preservada. Por unanimidade, os conselheiros aprovaram a proteção do imóvel como patrimônio municipal – um dos presentes ressaltou que foi uma falha histórica não ter feito isso antes. Os donos da casa não estiveram presente na reunião, mas não se opõem ao tombamento, conforme informações no local.

Essa era a última casa que faltava entre as três projetadas por Niemeyer na capital. Em breve, será concretizado o processo de tombamento de três edifícios na região Centro-Sul: o conjunto JK, no bairro Santo Agostinho, e os das praças Sete (o antigo Bemge) e da Liberdade, famoso pelas curvas sinuosas. Segundo o presidente da FMC, esses prédios já foram indicados para tombamento e o processo será concluído agora. 

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