Unidades colocam em destaque a dicotomia entre o campo e a cidade 

Dom, 19/10/14 - 03h00

“A principal função da agricultura urbana, assim como de toda a agricultura, é produzir alimentos. Ela tem um sentido muito forte para as populações de baixa renda e pode garantir a soberania alimentar e nutricional, além de incremento e estratégia para gerar renda”. Geógrafo e especialista em formas alternativas de agricultura, Nathan Zanzoni Itaborahy salienta a importância de manter a prática viva e também aponta para o fato de que a agricultura coloca em xeque o que as pessoas entendem por cidade.

Segundo ele, a cidade é historicamente um lugar do concreto e dos muros, e, no caso das hortas urbanas, elas “esverdeiam” a cidade. “A noção de cidade é muito baseada na dicotomia com o campo, e essas hortas vêm para questionar isso”, analisa.

Além disso, o geógrafo afirma que o perfil das pessoas que atuam nessas práticas é variado, mas aponta para a forte presença de idosos, jovens e mulheres, que não estão inseridos no mercado de trabalho e acabam usando as hortas para complementar a renda. “A terra também tem função terapêutica, nesse caso, principalmente para os idosos. A agricultura na cidade também acaba por empoderar a população mais pobre, que consegue estimular uma coletividade nesses espaços”. (BF)

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