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Universitária desaparecida em Viçosa é encontrada em Lima Duarte

Recepcionista viu uma jovem parecida, sentada em uma estrada com uma mochila, nesta manhã no distrito de Conceição do Ibitipoca; delegado responsável pelo caso recebeu uma carta de despedida onde a estudante informa que quer ser cremada e ter os órgãos doados

Qui, 26/03/15 - 11h03

A estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, na Zona da Mata, Melina Nascimento França, 21 anos, foi encontrada em Lima Duarte, na mesma região, nesta quinta-feira (26), segundo a estudante de nutrição Sophia Sol Garcia Fernandino, 22, que mora com Melina. A Polícia Civil confirmou que a jovem foi localizada pela Polícia Militar (PM) e que familiares foram buscá-la.

"Ela foi achada pela polícia. Está bem e a família dela já está a caminho para encontrá-la (...) Acho que ela acumulou muitas coisas na vida dela e quis dar uma sumida, ficar sozinha", explicou a amiga, que há 10 meses mora na mesma casa que Melina, no centro da cidade.

De acordo com a assessoria da Polícia Civil, Melina prestará depoimento para que o delegado tenha certeza de que ela não sofreu nenhuma agressão e encerre o caso.

Mais cedo, uma recepcionista, de 23 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, viu uma mulher parecida com a universitária em uma estrada em Conceição do Ibitipoca, distrito de Lima Duarte, a cerca de 240 km de Viçosa. 

“Eu não tenho certeza se é ela, mas eu vi uma menina parecida, com o negócio na cabeça (turbante) igual o que ela está na foto. Ela estava sentada na beira da da estrada com uma mochila. Era umas 7h40 da manhã, na hora em que eu estava indo trabalhar”, detalhou.

A testemunha conversou com o delegado Edvin Otto Filho, que investiga o desaparecimento de Melina, que é natural de São João Nepomuceno, na mesma região, e mudou para Viçosa para estudar. Desde a última segunda-feira (23), a estudante não havia sido mais vista.

A família da universitária procurou a Polícia Civil, na tarde dessa quarta-feira (25), para informar do sumiço da jovem. Segundo a mãe dela, as duas conversaram na tarde de terça-feira (24) sobre assuntos cotidianos, sem que a filha deixasse transparecer nenhum problema. No dia seguinte, uma das meninas que mora com Melina, em uma república, informou que ela não teria dormido em casa.

Com essa informação, parentes dela foram para Viçosa e procuraram por ela nos dois hospitais do município. Em um deles, encontraram um prontuário de domingo (22), para atendimento por sintomas de gripe.

Universitária deixou carta de despedida

A família de Melina encontrou uma carta dentro do notebook dela. O conteúdo, segundo a Polícia Civil, é sobre decepção com o estudo e com um rapaz. Além disso, ela cita parentes e amigos e teria escrito, em letras garrafais:  "QUERO DOAR MEUS ÓRGÃOS E SER CREMADA".

O delegado conversou com o rapaz citado na carta e ele contou que há alguns meses eles tiveram um relacionamento amoroso, mas que teria sido uma coisa descompromissada da parte dos dois. Também, disse que a última vez que eles teriam se visto foi no início deste mês, no campus da UFV.

As amigas de república também foram ouvidas e falaram que não se lembram de nenhuma queixa de Melina. Outros amigos e familiares da estudante já estão sendo ouvidos pelo delegado.

A polícia também recebeu informação de que ela teria passado por Rio Pomba, na Zona da Mata, e que ela teria acampado durante a noite em Conceição do Ibitipoca, o que demonstra que ela não desapareceu, mas deixou a casa dela por vontade própria, já que não há indícios de coação.

Amigos usaram internet para conseguir informações sobre a estudante

Pelas redes sociais, os amigos de Melina divulgaram fotos e informações sobre a universitária, pedindo que quem tivesse pista sobre o paradeiro dela fizesse contato.

Reprodução Facebook
Amigos usaram as redes sociais para divulgar fotos de Melina

 

Reprodução Facebook
Amigos usaram as redes sociais para divulgar fotos de Melina

 

Reprodução Facebok
Amigos usaram as redes sociais para divulgar fotos de Melina

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a universidade, que ainda não se posicionou sobre o caso.

Atualizada às 13h29

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