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Barão de Cocais. Vale poderia ter feito um desmonte controlado do talude norte do complexo minerário de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central de Minas. O posicionamento é do gerente substituto da Agência Nacional de Mineração (ANM), Guilherme Santana Lopes Gomes. Cálculas da empresa apontam para o deslizamento iminente de todo o talude até este sábado. Nesta sexta-feira (24), o ponto mais crítico do paredão já desliza até 16 centímetros por dia.
Para Gomes, a mineradora perdeu o tempo certo para resolver o problema. "Na minha opinião, como engenheiro de minas, a Vale poderia ter feito um desmonte controlado em um momento de maior tranquilidade", afirmou. Segundo ele, praticamente a parede norte inteira deve desabar.
Questionada, a mineradora informou que "adota tecnologias com os parâmetros mais modernos de segurança e monitoramento" e "investe continuamente na melhoria de seus processos". A Vale não respondeu se o desmonte poderia ter sido feito e, se sim, porque a medida não foi adotada.
Na atual circunstância, se a mineradora tentasse o paliativo sugerido, o paredão poderia se soltar de uma só vez e o abalo provocar consequências sérias à barragem Sul Superior. A estrutura está no nível 3 da classificação de risco, prestes a colapsar.
As equipes de fiscalização e monitoramento da ANM estão em Barão de Cocais acompanhando detalhadamente a situação do complexo. A esperança é que o talude continue descendo de forma suave.
Se desabar de uma só vez, o abalo sísmico provocado pela queda poderia ocasionar no rompimento da barragem, que fica logo abaixo. Assim, 6,8 milhões de metros cúbicos de lama desceriam destruindo tudo pela frente.
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