Barão de Cocais

Vale precisaria de 606 mil carretas para retirar rejeitos de talude

Apesar disso, engenheiro da ANM garante que a cava de Gongo Soco tem capacidade de suportar as 20 milhões de toneladas da estrutura

Sex, 24/05/19 - 20h00
Segundo a Defesa Civil, mina de Gongo Soco corre risco real de rompimento a qualquer momento | Foto: Ramon Bitencourt/O TEMPO

Barão de Cocais. A qualquer instante o talude norte pode desabar na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central. A estrutura imensa tem 20 milhões de toneladas que devem deslizar em direção à cava do complexo minerário até este fim de semana. Seriam necessárias mais de 606 mil carretas com dois eixos para retirar todo o material dispensado do talude.

Apesar das dimensões do paredão, é certo que o reservatório tem capacidade para comportar o material dispensado. A afirmação é do gerente substituto da Agência Nacional de Minas (ANM), em Belo Horizonte, Guilherme Santana Lopes Gomes. Ele acredita que a água da mina não será lançada para fora após o depósito do talude. 

A cava de Gongo Soco tem capacidade para 24 milhões de metros cúbicos, no entanto, cerca de cinco milhões já foram ocupados por rejeitos. Sendo assim, há ainda 19 milhões a serem preenchidos. A informação foi tirada de um documento do Tribunal de Contas da União (TCU), a partir de dados repassados pela Vale. O talude ocuparia apenas 10 milhões de metros cúbicos.

Vale poderia ter resolvido problema antes

Em entrevista a O TEMPO, o engenheiro afirmou que a Vale poderia ter realizado o desmonte programado do talude em um momento mais tranquilo. 

Para Gomes, a mineradora perdeu o tempo certo e, agora, se tentasse, o paredão poderia despencar de uma só vez, ocasionando em forte abalo sísmico. 

Questionada, a Vale não respondeu se o procedimento poderia ter sido realizado e, se sim, porque não foi feito antes. 

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