Professores protestam

Veja quais escolas particulares aderiram à greve dos professores

Algumas unidades vão dar início à paralisação nesta quarta. Outras, decidiram começar o movimento na quinta para avisar pais e professores

Qua, 25/04/18 - 08h15

As escolas particulares de Belo Horizonte e do interior de Minas Gerais amanheceram em greve, na manhã desta quarta-feira (25). De acordo com o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais, algumas escolas abriram nesta quarta, somente para informar que a partir desta quinta-feira (26) os professores já estarão em greve.

“Em respeito aos pais e alunos, alguns professores vão para as unidades escolares para informar que a partir de amanhã as escolas estarão totalmente paralisadas. Muitos pais mandam os alunos de van para as escolas e se elas estiverem fechadas, os alunos voltam para casa e não encontram ninguém”, explicou Valéria Peres Morato Gonçalves.

Ainda de acordo com Valéria, algumas escolas e universidades optaram por amanheceram fechadas nesta quarta. “Os donos de escolas tratam os professores como mercadoria, mas nós entendemos que os professores fazem um trabalho de formação humana”, diz Valéria.

A previsão é que a greve ocorra em cerca de 900 escolas e atinja em torno de 6.000 professores. A última greve das escolas particulares no Estado ocorreu em 1989, quando os profissionais ficaram 36 dias parados.

Veja algumas escolas estão paralisadas já nesta quarta, segundo o Simpro-MG:

Colégio Padre Eustáquio

Colégio Nossa Senhora das Dores

Faculdade UNA

Faculdade Uni

Facudade Fumec

Quais escolas devem aderir a paralisação nesta quinta, também segundo o Simpro:

Colégio Loyola

Santo Antônio

Colégios Santa Maria

Protestos 

Ao longo de todo o dia nesta quarta haverá atividades. Às 10h vai acontecer na praça da Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, um aulão para explicar para a população o motivo para a paralisação da categoria.

Já às 14h está marcada uma manifestação para a sede da Prefeitura de Belo Horizonte, na avenida Afonso Pena, também região Centro-Sul de Belo Horizonte com professores da rede pública que também estão em greve.

Pais de alunos também estão apoiando a greve. CLIQUE AQUI e leia mais. 

Seguem as respostas das escolas:

- O Colégio Santa Maria Minas comunica que suas unidades de ensino funcionarão na quinta-feira,26 de abril.
- O Colégio Sagrado Coração de Jesus também informou que terá aula normalmente nesta quinta-feira, dia 26 de abril.
- O UniBH informa que está em funcionamento e que as atividades administrativas e acadêmicas seguirão o calendário escolar divulgado no início do semestre. Nesse momento, em ocorrem negociações entre os sindicatos (patronal e de professores), o Centro Universitário acredita que o diálogo é o melhor caminho para que as tratativas cheguem a um bom termo. A instituição reafirma seu compromisso com professores, colaboradores e alunos, que são imprescindíveis para o propósito de oferecer, cada vez mais, educação de qualidade para transformação do país pela educação.
- UNA:  Informamos que as unidades da Una estão em funcionamento e que as atividades administrativas e acadêmicas seguirão o calendário escolar divulgado no início do semestre. Nesse momento, em que se conduzem negociações entre os sindicatos patronal e dos professores, a Una acredita que o diálogo é o melhor caminho.  Sendo assim, reafirmarmos nosso compromisso com professores, colaboradores e alunos, imprescindível para nosso propósito de oferecer, cada vez mais,  educação de qualidade, transformando o país pela educação.

Confira também, na íntegra, a resposta do Sinep/MG:
Os diretores de escolas particulares, em Assembleia realizada hoje, deliberaram que a Comissão de Negociação deverá manter as negociações das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho com os professores, apresentando uma nova contraproposta  de forma mais flexibilizada. Quanto ao reajuste, ainda estamos em negociação. Está garantido, no entanto, aos professores, entre outras cláusulas:
- Manutenção do adicional por tempo de serviço e das bolsas dos professores da casa, como está na CCT vigente.
- Continuidade das bolsas de estudos para professores de fora da casa.
- Manutenção do intervalo entre as aulas, conforme legislação vigente.

O levantamento feito pelo SINEP/MG indicou paralisação hoje, dia 25 de abril, de forma parcial no Colégio Nossa Senhora das Dores (no turno da tarde) e no Colégio Padre Eustáquio (paralisação total). O levantamento levou em conta as 970 instituições de ensino em Belo Horizonte e Contagem.

Não existe motivo para greve quando ainda há negociação. Não se pode falar de greve dos professores de forma geral, já que as últimas paralisações realizadas pelo SINPRO/MG não tiveram adesão de nem 2% das escolas. 

O SINEP/MG (Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais) não reconhece e repudia o anúncio de greve por parte do SINPRO/MG (Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais), uma vez que as negociações continuam. Ontem, dia 24/04, foi realizada a quinta reunião de negociação. A Lei de Greve, que assegura o direito à paralisação de qualquer categoria profissional, é clara quando diz que a greve só é legítima quando "frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral", o que não é o caso. As negociações estão acontecendo e não há motivos para paralisações. 

A data-base da categoria termina no dia 30 de abril, as negociações estão ocorrendo e 99,4% das escolas em Belo Horizonte e Contagem funcionaram normalmenteontem, quando o Sinpro marcou mais um dia de paralisação. 

Em mais de seus 70 anos de existência, o SINEP/MG sempre negociou com o SINPRO/MG privilegiando o diálogo como solução, jamais se valendo de ameaças como forma de persuasão ou tentativa de convencimento;

O melhor procedimento para solucionar conflitos e divergência de ideias ainda é o diálogo, descontaminado de outros fins, que não o aprimoramento e melhoria das condições de trabalho.

O SINEP/MG afirma à sociedade que jamais atentará contra direitos consagrados na lei e na Constituição, conclamando todos os membros da comunidade escolar para que não se deixem iludir por palavras que possam conduzir à conclusão diversa.
 

Reivindicações 

Umeis

As Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis) também estão paralisadas desde a última segunda-feira (23). Eles reivindicam a equiparação dos salários dos profissionais que trabalham nas Umeis com os do ensino fundamental.

De acordo com o Sind-Rede, hoje o salário inicial de um professor de uma Umei é de R$ 1.400, já o do fundamental é de R$ 2.200.

Escolas particulares

Os professores das escolas particulares de Belo Horizonte, região metropolitana e do interior do Estado vão entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (25). O início da greve foi decidido em assembleia realizada no início da noite desta terça-feira (24).

O principal motivo da paralisação é a mudança da convenção coletiva de trabalho, proposta pelo sindicato das escolas, que altera pontos como a concessão de bolsas de estudo e período de férias e acaba com o intervalo entre as aulas. Os professores querem manter o texto da convenção coletiva atual.

Na manhã da próxima quinta-feira (26), uma audiência de mediação será realizada entre o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro) e o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) na Justiça. À tarde, uma nova assembleia da categoria será realizada para definir os rumos do movimento.

Saiba mais

Salário. Segundo o Sind-Rede, o salário inicial de um professor da educação infantil é R$ 1.400. Do ensino fundamental é R$ 2.200.

Apoio. O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infância e Educação Infantil da UFMG publicou um texto em repúdio à “violência policial” contra professores, ressaltando “a complexidade do trabalho de cuidar e educar bebês e crianças”.

Resposta. A PM afirmou que o uso moderado da força foi necessário após várias tentativas de negociação para a liberação da via. O governo mandou apurar possíveis excessos.

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