APURAÇÃO

Voos podem ter sido cobrados antes de acidente

Aeronave era registrada como de uso particular, e piloto Bruno Abitbol de Andrade Nogueira, de 35 anos, não tinha autorização para fazer viagens comerciais

Ter, 23/09/14 - 21h25

Uma testemunha do acidente com o helicóptero modelo Robinson 44, que resultou na morte de duas pessoas no último sábado (20), no Sul de Minas, contou à Polícia Civil que os voos feitos naquele dia estariam sendo cobrados, contrariando a versão dada pelo piloto Bruno Abitbol de Andrade Nogueira, de 35 anos, e reforçando a possível irregularidade na viagem que ele iria fazer.

A aeronave era registrada como de uso particular, e Nogueira não tinha autorização para fazer voos comerciais. Quem revelou a suposta cobrança foi Rita Maria da Silva, de 57 anos, dona de um bar localizado às margens da represa de Furnas, em Fama. De lá, o helicóptero teria decolado e feito dois voos antes de cair, inclusive com um segundo piloto.

Rita contou ainda que Nogueira e esse outro pilotos apareceram no local pela primeira vez naquele sábado e não eram conhecidos dos moradores. “Eles chegaram e pediram permissão para fazer os voos aqui. Eu disse que tudo bem, contanto que não jogassem muita poeira no bar”, relatou Rita à reportagem de O TEMPO.

Sobre o paradeiro do segundo piloto, que estava em terra no momento do acidente, ela não soube informar devido à confusão que se instalou no local.

A Polícia Civil começou a ouvir ontem testemunhas do acidente. O delegado Eduardo Braga, da cidade de Paraguaçu, aguarda o laudo pericial para instaurar um inquérito, o que pode levar até 30 dias. Para não atrapalhar as investigações, nenhum detalhe dos depoimentos foi repassado à imprensa.

Mortes

Com a queda do helicóptero, morreram o militar Marcos Antônio Alves, de 44 anos, e sua companheira Lívia Reis Carvalho, de 27 anos. O piloto Bruno Nogueira chegou a fugir, mas se apresentou à polícia.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.