San Telmo

Como no tempo de Mafalda

Personagens de quadrinhos históricos do cartonista Quino dividem espaço com cafés charmosos

Sáb, 19/04/14 - 03h00

Na esquina das calles Chile e Defensa não tem para Evita Perón ou Cristina Kirchner. Naquele pedaço de Buenos Aires, quem manda é uma garotinha contestadora, que completa 50 anos em 2014. Na esquina mais famosa de San Telmo vive essa personagem que surgiu para o grande público em 29 de setembro de 1964, na revista de humor "Primera Plana".

A estátua, em tamanho natural, fica em frente ao número 371 da Calle Chile, endereço do "pai"da personagem, o cartunista Quino. Sentada em um banco, Mafalda posa para fotos de centenas de turistas todos os dias.

Um exercício de criatividade interessante para quem passa por ali é imaginar o que ela diria sobre virar ponto turístico ou ser tema de suvenires, vendidos na loja em frente à escultura.
Também poderia achar graça na quantidade de lojas de antiguidades que se enfileiram pela via.

"Sou mais Beatles", poderia pensar ao se deparar com discos antigos de Carlos Gardel dos sebos do Mercado de San Telmo, um antigo centro de abastecimento de alimentos que tem entradas pelas calles Defensa, Carlos Calvo, Bolívar e Estados Unidos. Ou questionaria os vendedores ambulantes que tomam todos os dias a Plaza Dorrego, na esquina da Defensa com a Humberto Primo.

O ar dos tempos de Mafalda também pode ser respirado nos cafés, outra marca registrada de San Telmo. Por mais que bares novos e cosmopolitas tenham surgido nos últimos anos, são os estabelecimentos antigos que dão charme ao bairro, conhecido por sua boemia.

É o caso do café e bar La Poesia, no número 502 da Rua Chile. Com piso quadriculado, mesas e cadeiras de madeira, pé-direito alto e ventiladores que giram como se não tivessem sido desligados nos últimos 50 anos, o lugar serve como reduto de artistas, intelectuais e boêmios.

Na esquina das ruas Carlos Calvo e Perú fica o Bar El Federal, que começou a servir a clientela local em 1864. As picadas, como são chamados os tira-gostos, podem prender o turista ali por horas. O balcão, adornado com uma peça de madeira cuidadosamente esculpida, lembra o armazém de Don Manollo, pai de Manollito, o amigo de Mafalda que só pensava em lucrar e não venderia fiado nem para seu criador, o antigo morador da Chile 371.

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