Tecnologia

Anvisa autoriza função do Apple Watch que salvou vida de brasileiro; saiba mais

Habilitação dos aplicativos de eletrocardiograma (ECG) e detecção de ritmo irregular dos batimentos cardíacos (RNRI) depende agora de atualização do smartwatch por parte da Apple

Por Igor Veiga
Publicado em 26 de maio de 2020 | 16:20
 
 
Além de permitir receber ligações, aparelho serve como medidor de atividade física e sinais vitais Apple/Divulgação

A Agência Nacional de Vigilância autorizou nesta semana o funcionamento de duas funções desabilitadas no Apple Watch vendido no Brasil e que salvaram a vida de um brasileiro no fim de 2019.

São os aplicativos: Recurso de Notificação de Ritmo Irregular (RNRI) e o eletrocardiograma (ECG), ambos auxiliam no monitoramento de dados relacionados à saúde do usuário. 

O RNRI analisa dados da frequência do pulso para identificar episódios de ritmos cardíacos irregulares e mais rápidos, sugestivos de um tipo de arritmia (do coração) conhecida como fibrilação atrial (FA). Quando identificado, o episódio é notificado ao usuário pelo relógio inteligente da Apple. 

Já o ECG é capaz de criar, gravar, armazenar, transferir e exibir um eletrocardiograma similar ao exame tradicional de avaliação de batimentos cardíacos. Dessa forma, é possível identificar a ocorrência de uma arritmia como a fibrilação atrial. 

Apesar do sinal verde dado pela Anvisa, a habilitação dos dois aplicativos da Apple Watch depende agora de uma atualização do software do smartwatch, ainda sem data prevista para acontecer, segundo a Apple.

Não substitui a avaliação médica

A Anvisa alerta que os dados gerados pelo eletrocardiograma do relógio são apenas informativos, e não devem ser interpretados sem a consulta de um médico. Além disso, afirma que o aplicativo não é capaz de detectar um possível ataque cardíaco e não substitui o eletrocardiograma tradicional, feito em clínicas e hospitais.

"O dispositivo foi avaliado apenas para a detecção de fibrilação atrial (FA) e ritmo de batimento normal do coração. Portanto, não se destina a detectar nenhum outro tipo de arritmia. Se você sentir dor no peito, pressão, aperto ou qualquer sinal de ataque cardíaco, ligue para os serviços de emergência", adverte a agência.

A Anvisa também desaconselha o uso do ECG do relógio inteligente por pessoas com menos de 22 anos e ressalta que o Apple Watch não consegue coletar dados cardíacos quando o usuário está próximo de fortes campos eletromagnéticos, como sistemas antirroubo e detectores de metais, entre outros.

Publicitário foi salvo pelo Apple Watch 

Em dezembro de 2019, o publicitário Jorge Freire, dono da página Nerd Pai no Facebook, contou ter corrido para o hospital depois que o recurso do Apple Watch detectou que ele estava tendo uma taquicardia há várias horas, que se não fosse tratada poderia levar a um ataque cardíaco.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O caso viralizou e chegou até o CEO da Apple, Tim Cook, que chegou a enviar um e-mail para o brasileiro. “Jorge, feliz Ano Novo! Estou contente por você estar bem agora. Obrigado por compartilhar sua história conosco – isso nos inspira a continuar avançando. Atenciosamente, Tim”, respondeu o CEO.

E o brasileiro, não foi o único caso. Em janeiro deste ano, a função do smartwatch desabilitada no Brasil ajudou o youtuber Joel Telling, dono do canal 3D Printing Nerd, a também cuidar melhor da sua saúde.

 

Last night was fun. This is me in the ER because of tachycardia, with a pulse over 120bpm. Heart tests are fun. pic.twitter.com/rYR8Ctfqn4

— Joel Telling - 3D Printing Nerd (@joeltelling) January 13, 2020

"A noite passada foi divertida", disse ele no Twitter, explicando como foi ao hospital porque tinha um pulso acima das 120 bpm. "Isso aconteceu porque meu Apple Watch me notificou sobre uma frequência cardíaca elevada. Esse pequeno dispositivo que uso no pulso é incrível", postou à época.