Coronavírus

Aumento exponencial da Covid-19 em Minas está apenas no início, aponta governo

Estratégias adotadas até então não estariam conseguindo achatar a curva de novos casos do coronavírus e nem reduzir a velocidade da pandemia no Estado, segundo relatório

Por Igor Veiga
Publicado em 03 de junho de 2020 | 20:28
 
 
Alex de Jesus / O Tempo 06/04/2020

O governo de Minas admite não estar conseguindo “achatar” a curva de novos casos do coronavírus e que não sendo observado redução da velocidade da pandemia no Estado em relação às oito estimativas periódicas realizadas desde março. Isso é o que consta no Boletim Epidemiológico e Assistencial Covid-19, publicado nesta quarta-feira (3).

Por esse motivo, os técnicos em saúde do governo Zema recomendam “que o incremento de novos casos seja acompanhado diariamente e sejam intensificadas as orientações de prevenção”, aponta o documento.

O boletim elaborado pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes Minas), ligado à Secretaria de Estado de Saúde, revela também que o aumento exponencial de casos da Covid-19 no Estado só está começando. 

A mais recente projeção feita pelo governo, no último dia 27, estima 2.047 novos casos do coronavírus no dia do pico da pandemia no Estado, que só deve ocorrer no fim de julho.

Com base em outra tendência de curva, que toma como parâmetro os dados nacionais, esse número pode chegar a 2.861 novos casos em um único dia.

Avanço nas pequenas cidades

O relatório com 33 páginas também reitera uma conhecida preocupação das autoridades de saúde, tanto em nível federal como estadual, com o inevitável processo de interiorização da doença. Até então, a Covid-19 já alcançou 465 das 853 cidades mineiras (54,5%), a maioria delas sem leitos de UTI disponíveis.

“Para além da evolução diária dos casos confirmados, é preciso também acompanhar o processo de interiorização e popularização da pandemia”, atenta o boletim, que faz ainda uma comparação com São Paulo, o Estado brasileiro mais afetado pelo coronavírus e que faz fronteira com Minas.

Os técnicos do governo mineiro prevêem um aumento considerável do número de casos da doença inclusive em municípios de menor densidade populacional, ou seja, as pequenas cidades.