Europa

Com mais de 3.000 óbitos, Bélgica ultrapassa a China em mortos pelo coronavírus

Com pouco mais de 11 milhões de habitantes, uma população semelhante à do Rio Grande do Sul, o país europeu chegou a 3.346 mortes nesta pandemia

Por Folhapress
Publicado em 11 de abril de 2020 | 15:51
 
 
A belíssima área do Quarteirão Europeu, onde fica a sede da União Europeia O Van de Kerchove/Visit Brussels/Divulgação

Não houve caos nos hospitais nem falta de caixões ou sepulturas, mas a Bélgica viu seu número de mortos por coronavírus ultrapassar o da China neste sábado (11).

Com pouco mais de 11 milhões de habitantes, uma população semelhante à do Rio Grande do Sul, o país europeu chegou a 3.346 mortes nesta pandemia, 7 a mais que a China, que supera 1,4 bilhão de habitantes.
Na proporção da população, a Bélgica tem uma das maiores taxas de mortalidade do mundo, cerca de 29 por 100 mil habitantes.

Tirando San Marino e Andorra (pequenos Estados, com 33 mil e 7.000 residentes, respectivamente), a Bélgica só é superada por Espanha e Itália, dois dos países que mais sofreram durante esta pandemia, com hospitais entrando em colapso e doentes morrendo sem atendimento.

Nos hospitais belgas, porém, a ocupação das UTIs nunca ultrapassou 60% desde 4 de fevereiro, quando foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 (doença provocada pelo coronavírus).

Explicação para os números

O fenômeno da alta mortalidade no país está diretamente ligado aos asilos: de cada 100 mortes contabilizadas pelo governo belga, 40 ocorreram nessas instituições onde vivem idosos, sem que eles chegassem a ser hospitalizados.

Embora sejam incluídos no número oficial de mortes pelo governo da Bélgica, parte dessas pessoas não chegou a ter a infecção por coronavírus confirmada. Metade dos mortos no país tinha mais de 85 anos, e cerca de 80% já haviam passado dos 70.

Visitas proibidas

A situação dos asilos é mais grave na região de Flandres, de língua flamenga: quase a metade (47%) das mortes registradas ali foram em asilos. Nas outras duas regiões belgas, Valônia e Bruxelas, as porcentagens são 38% e 36%, segundo relatório desde sábado.

Com o crescimento de casos da doença na Europa, a Bélgica proibiu visitas a residências de idosos, mas isso não foi suficiente para conter a transmissão. Em pelo menos 20 asilos de Flandres há número alto de infectados com o coronavírus, e mortes acima das esperadas.