Delivery abalado

Entregadores a domicílio fazem greve por salários e higiene na Argentina

Atividade é considerada essencial; trabalhadores afirmam não ter reajuste na remuneração desde 2018; pagamento por viagem no país corresponde a US$ 0,78

Por AFP
Publicado em 08 de maio de 2020 | 19:51
 
 
Centenas de entregadores, usando máscaras e em bicicletas, das multinacionais Glovo, Rappi e Uber percorreram uma avenida central em Buenos Aires RONALDO SCHEMIDT / AFP

Entregadores a domicílio de alimentos, remédios e outros produtos essenciais em meio à pandemia de coronavírus na Argentina fizeram uma greve nesta sexta-feira (8) para exigir melhores salários e condições de higiene. 

"Queremos um aumento de 100% no que cobramos para cada viagem. Nossa renda está congelada desde 2018 e esse percentual é o acumulado da inflação até agora", disse Maximiliano Martínez, 49, líder do sindicato. 

Uma assembleia nacional de entregadores, todos em condições precárias de trabalho, decidiu que a medida deveria ser estendida a outras grandes cidades do país, disse Martínez. 

"Precisamos de equipamentos de segurança contra a doença. Trabalhamos 10 horas por dia. Os lucros das empresas aumentaram exponencialmente", declarou o porta-voz em frente ao Ministério do Trabalho. 

O pagamento para cada viagem varia entre 55 e 80 pesos, o que equivale a US$ 0,78 e US$ 1,14, respectivamente. 

A entrega a domicílio tornou-se uma tarefa essencial para a subsistência desde que o isolamento obrigatório foi introduzido em 20 de março no país. 

O salário mínimo na Argentina é de 16 mil pesos, cerca de US$ 228, e a cesta básica custa 14.000 pesos, cerca de US$ 200. Até o momento, 5.358 casos de Covid-19 foram registrados no país, com 285 mortes e 1.659 recuperados.